Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Apedrejamento do diabo

Número de mortos em ritual do haj aumenta para 362

JEDÁ, Arábia Saudita - Um total de 362 muçulmanos morreram pisoteadas na quinta-feira durante um ritual do haj. A informação foi divulgada pelo porta-voz do Ministério da Saúde da Arábia Saudita nesta sexta-feira.

- O porta-voz Khaled al-Mirghalani contou que entre os mortos estão cidadãos da Arábia Saudita, Egito, Iêmen, Índia, Turquia e dos Emirados Árabes Unidos.

Ele não deu mais detalhes e autoridades sauditas marcaram uma entrevista coletiva para passar informações sobre a tragédia, que ocorreu durante um ritual de apedrejamento no último dia do haj.

Mais cedo nesta sexta-feira, o governo da Arábia Saudita havia culpado os peregrinos supostamente desobedientes pelo tumulto ocorrido em meio ao festival islâmico do haj.

Muitos muçulmanos, porém, disseram que um aparato de segurança mais eficiente poderia ter evitado o maior desastre a acontecer durante a peregrinação nos últimos 16 anos.

Os peregrinos foram pisoteados no último dia do haj, na ponte de Jamarat, em Mena (um vale estreito perto da cidade sagrada de Meca), quando realizavam o ritual de atirar pedras contra símbolos do demônio, no começo da noite.

A legitimidade da monarquia que controla a Arábia Saudita apóia-se em parte, aos olhos dos muçulmanos, em sua habilidade para receber cerca de 2,5 milhões de fiéis que vão ao país anualmente para participar do haj.

"O Estado tomou todas as medidas possíveis e fez tudo o que podia", afirmou o principal clérigo do reinado, o grã-mufti xeque Abulaziz al-Sheikh, em um pronunciamento divulgado pela TV. O religioso acusou os peregrinos de agirem de forma desordenada.

O príncipe herdeiro Sultan bin Abdul-Aziz também culpou os peregrinos pelo incidente. Segundo ele, os fiéis haviam desobedecido à instrução de não levar seus pertences pessoais para a ponte e não haviam conseguido se dividir ao longo do dia para realizar o ritual.

- Para nós, é algo muito doloroso que tantas pessoas tenham morrido, mas precisamos ressaltar que as forças de segurança evitaram outros vários desastres e salvaram muitas vidas - afirmou o ministro do Interior, príncipe Nayef bin Abdul-Aziz, segundo a agência de notícias SPA.

Os peregrinos, por outro lado, disseram que as autoridades fracassaram ao não conseguir impor suas regras durante o ritual, que registrara eventos trágicos semelhantes outras vezes.

Em 2004, cerca de 250 peregrinos foram pisoteados até a morte na ponte Jamarat. Uma década antes, 270 morreram de forma semelhante. O número de mortos de quinta-feira é o mais alto a ser registrado no haj desde que 1.426 pessoas perderam a vida em um tumulto ocorrido dentro de um túnel de Meca, em 1990.

- Parecia haver um número maior de membros das forças de segurança este ano, mas eles não pareciam estar organizados ou ter algum plano - disse um homem identificado como Jihad, de 28 anos, do Egito.

- As forças de segurança deveriam ter dedicado mais tempo à remoção dos que acampam em locais proibidos - disse Yasser Bakir, de 39 anos, também do Egito.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.