O número de mortes devido ao terremoto que atingiu a Ásia neste sábado já ultrapassa 30 mil, informou a CNN nesta segunda-feira. O abalo sísmico atingiu o Paquistão e várias nações vizinhas e foi o pior desastre natural na turbulenta História do Paquistão desde sua formação, em 1947, após a independência. Com o tremor, cerca de 2,5 milhões de pessoas ficaram desabrigadas na região montanhosa entre o Paquistão e a Índia.
O governo do Paquistão afirmou estar devastado pelo desastre. Mas a comunidade internacional está começando a se movimentar, atendendo ao pedido do presidente Pervez Musharraf para que enviem helicópteros e mantimentos. O objetivo conseguir acesso às comunidades mais remotas.
Impressionado com a devastação cusada pelo terermoto, o primeiro-ministro do lado paquistanês da Cachemira, Sikander Hayat Khan, disse governar um cemitério. Desde o fim de semana, ele tem dormido em uma tenda.
Críticos afirmam que o premier da Azad Kashmir, ou Cachemira Livre como o Paquistão gosta de chamá-la, é pouco mais do que um fantoche de Islamabad, mas que isso não reduz o senso de responsabilidade de Khan com relação ao seu povo devido à catástrofe.
- Esse é o maior desastre natural. Paralisou totalmente a Cachemira - disse ele da tenda que se tornou sua residência oficial na pequena cidade de Muzzafarabad. - Pelos primeiros dois dias ficamos cavando covas, seja para recolher corpos ou para enterrá-los. A Cachemira se tornou um cemitério.
Os sobreviventes da região do Himalaia vivem agora com medo de possíveis abalos secundários. Os assessores de Khan persuadiram-no a abandonar sua casa, com medo de que ela pudesse desabar.
Enterrar os mortos e abrigar as pessoas que tiveram de deixar suas casas são prioridades de Khan, apesar de sua administração ter ficado totalmente sem infra-estrutura devido ao abalo sísmico. Como outros especialistas já previram, ele espera que o número mortos, apenas na Cachemira, seja bem superior a 20 mil, sem contar com os mortos das províncias vizinhas da fronteira nordeste.
Vários saques foram registrados na cidade de Muzaffarabad, capital da parte paquistanesa da Cachemira. A área foi totalmente destruída pelo terremoto de magnitude 7.6 na escala Richter. Vários sobreviventes enfrentam a falta de comida, remédios e água.
- Eles perderam tudo. Não têm roupas, comida, nada - disse a moradora Asim Butt. - As pessoas começaram a roubar as lojas.
O abalo de grandes proporções (7,6 graus na escala Richter) que atingiu a região da fronteira entre o Paquistão e a Índia às 0h50m de sábado (horário de Brasília). Em entrevista às agências internacionais neste domingo, o ministro do Interior paquistanês, Aftab Ahmed Khan Sherpao, afirmou que mais de 19,4 mil pessoas morreram só na Cachemira paquistanesa e outras 42 mil ficaram feridas em decorrência de desabamentos provocados pelo tremor. Políticos das regiões mais afetadas disseram que o número de mortos pode chegar a 38 mil.
Agências de ajuda humanitária e a Alta Comissão do Paquistão na Grã-Bretanha disseram estar assoberbados pela resposta ao apelo feito pelas instituições para que sejam realizadas doações para ajudar as vítimas do terremoto da Ásia. Espera-se que milhões de libras sejam doados.
A Grã-Bretanha, que possui uma grande comunidade paquistanesa, já mandou duas equipes de resgate para a área. O Departamento de Desenvolvimento Internacional afirmou ter prometido doar pouco menos que um milhão de libras, mas que a quantia será aumentada. A Alta Comissão também acelerou o processo de emissão de vistos para qualquer um que queira viajar para o local.
As agências de ajuda humanitária Ajuda Muçulmana, Alívio Islâmico, Oxfam, Salvem as Crianças e muitas outras lançaram apelos em seus sites e disseram que a resposta tem sido grande.O epicentro do terremoto foi localizado na região montanhosa da Cachemira paquistanesa, próximo à fronteira com a Índia, a cerca de 95 quilômetros de Islamabad. Houve reflexos na Índia, Afeganistão e Bangladesh. Segundo sismólogos, outros 45 tremores mais leves sucederam o terremoto e foram sentidos nas capitais do Paquistão, Índia e Afeganistão.
As operações de salvamentos estão sendo dificultadas pelas chuvas que atingem a Índia e o Paquistão, e pelos desmoronamentos de terra que bloquearam as estradas, dificultando o acesso aos locais atingidos pelo terremoto nos países.
A maior parte das vítimas estava dormindo no momento do tremor e muitas pessoas correram para as ruas com medo de desmoronamento das construções. O local mais afetado pelo tremor, no entanto, foi a cidade de Muzaffarabad, capital da Cachemira, território himalaio dividido.
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