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 | HENRY MILLEO - GAZETA DO POVO
| Foto: HENRY MILLEO - GAZETA DO POVO

Um número recorde de 1,2 milhão de pessoas nos países de renda baixa e média começou tratamento antirretroviral para HIV/Aids em 2009, informou a Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta terça-feira. As metas estabelecidas para 2010, porém, provavelmente não serão cumpridas.

Um total de 5,25 milhões de pessoas recebia terapia antirretroviral em 2009, três quartos delas na África, informou a OMS em um relatório escrito em conjunto com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).

"Milhões de pessoas estão vivas hoje como resultado dos investimentos em HIV ao longo dos últimos anos", disse o documento, relatando sucesso na "redução de novas infecções, evitando mortes e garantindo que as pessoas vivendo com HIV desfrutem de vidas saudáveis."

O relatório afirmou que oito países de renda baixa e média - Botsuana, Camboja, Croácia, Cuba, Guiana, Omã, Romênia e Ruanda - cumpriram a meta de dar tratamento a ao menos 80 por cento dos pacientes que o necessitavam em 2009, bem antes do prazo final de 2010 aprovado pelos líderes mundiais em 2006.

No entanto, é improvável que as metas globais para prevenção do HIV, tratamento, assistência e apoio sejam alcançadas em 2010, disse o documento.

Apenas um terço das pessoas que precisam de terapia antirretroviral a recebe e menos de 40% das pessoas vivendo com o HIV sabem disso.

"Em muitas partes de nosso continente, não há de fato nenhum grande incentivo para saber o seu status com relação ao HIV", disse Mohamed Ibrahim, diretor do Programa Nacional de Controle de Aids/DST do Quênia, em uma entrevista coletiva no lançamento do relatório em Nairóbi.

"O estigma e a discriminação infelizmente ainda são muito grandes."

Após 15 anos de apoio crescente a programas de combate ao HIV/Aids, o financiamento estagnou em razão da crise econômica global. Em 2009, os compromissos dos governos doadores somaram 8,7 bilhões de dólares, valor igual ao de 2008.

Campanhas nacionais para testar a população mostraram-se bem-sucedidas em diversos países africanos, como Burkina Fasso, Malaui, Quênia e Tanzânia. A África do Sul lançou a maior campanha do mundo de testes de HIV, com o objetivo de testar 15 milhões de pessoas até junho de 2011.

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