Especialistas afirmam que a diminuição do apoio público à pena capital nos Estados Unidos é um dos principais motivos para o menor número de sentenças de morte em 30 anos e a maior queda nas execuções em 10 anos.
Os analistas fizeram os comentários após a divulgação do mais recente relatório anual do Death Penalty Information Center (centro de informação sobre pena de morte), grupo que se opõe à pena capital.
O documento revelou que houve 53 execuções em 2006, o menor número desde 1996, quando houve 45, e muito abaixo das 98 execuções de 1999. O número de sentenças de morte neste ano foi 114, o menor em 30 anos e abaixo das quase 300 por ano na década de 1990.
Os motivos do declínio incluem a diminuição das taxas de homicídio, menor apoio público à pena de morte e decisões judiciais que proibiram a execução de menores de idade ou criminosos com problemas mentais, afirmaram os especialistas.
``O apoio à pena de morte está em queda e mais pessoas defendem a alternativa da prisão perpétua, sem direito a condicional'', afirmou Richard Dieter, diretor-executivo do centro.
A diminuição das execuções ocorreu após vários Estados terem de lidar com condenações equivocadas e com a alegação de que a injeção letal provoca dores severas e desnecessárias.
``Mesmo quem é a favor da pena de morte está preocupado com os potenciais erros'', afirmou James Alan Fox, professor de direito penal na Northeastern University, em Boston.
Fox citou a queda de quase 50 por cento dos homicídios nos Estados Unidos entre 1993 e 2000. ``Quando as taxas de crimes são baixas, como agora, as pessoas têm menos impulso para pedir a pena de morte'', disse.
O relatório, divulgado na quinta-feira, afirmou que o número de prisioneiros no corredor da morte caiu pelo quinto ano consecutivo, após 25 anos de crescimento.
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