O primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, e seu principal rival, o ex-premier Iyad Allawi, estavam empatados na acirrada apuração eleitoral no país. Resultados atualizados mostram os dois blocos lado a lado na corrida pelo controle do Parlamento. Os números finais devem sair nesta quarta-feira (17), mas ainda haverá um período para contestações judiciais da apuração. O resultado final deve ficar para o fim do mês.
A aliança Estado de Direito, de Maliki, e a Iraqiya, de Allawi, poderiam ficar cada uma com 87 cadeiras no Conselho dos Representantes. A estimativa é um cálculo da "France Presse", baseado nos resultados das urnas já apuradas, 79% do total. A diferença entre os dois grupos é de menos de 9 mil votos.
Apesar disso, os votos depositados fora do Iraque e aqueles das forças de segurança, que tiveram um período especial para votar, não foram ainda computados e poderiam alterar o resultado. Também ainda não foram contados os votos de doentes e dos presos.
A eleição é a segunda desde a queda do ditador Saddam Hussein, com a invasão liderada pelos Estados Unidos, em 2003. A disputa eleitoral ocorre menos de seis meses antes do prazo estipulado pelos norte-americanos para retirar todas suas tropas de combate do Iraque.
Fraudes
Um aliado de Maliki afirmou nesta quarta-feira que houve fraudes generalizadas. Dias antes, Maliki disse que os casos de fraude foram "muito pequenos". O candidato Ali al-Adeeb, da aliança Estado de Direito, afirmou que houve "clara manipulação dentro da comissão eleitoral em prol de uma lista específica".
Al-Adeeb concorre na província de Kerbala, de maioria xiita, no centro do país. Ele qualificou o avanço da Iraqiya, após estar atrás nas primeiras parciais, como "um milagre". Um funcionário da comissão eleitoral, Iyad al-Kinaani, descartou o reinício da contagem.
No total, o grupo de Allawi aparece com 2.102.981 votos, enquanto a aliança Estado de Direito tem 2.093.997. Apesar disso o grupo de Maliki lidera em Bagdá, maior província do país, que concede mais que o dobro de cadeiras no Parlamento que qualquer outra região iraquiana. A Estado de Direito lidera ainda em Basra, terceira maior província, localizada no sul iraquiano e rica em petróleo.
A Aliança Nacional Iraquiana, coalizão liderada por grupos religiosos xiitas, deve se tornar a terceira força no país, com 67 cadeiras. Já a Kurdistania, reunindo os dois principais partidos da região curda do país, no norte, deve obter 38 assentos.
Negociação
O sistema de representação proporcional do Iraque torna improvável que apenas um grupo político obtenha os 163 postos, no Parlamento de 325 membros, para formar um governo sozinho. Assim, a tendência é que sejam formadas coalizões.
Os dois grupos mais bem colocados já começaram a negociar com outros blocos para formar um governo, mas analistas afirmam que é possível até mesmo que grupos políticos manobrem para formar uma coalizão sem nenhuma das duas forças.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas