O Instituto de Meteorologia britânico prevê que as nuvens de cinzas do vulcão Grimsvotn, na Islândia, com 20 quilômetros de altura, cobrirão hoje Irlanda, Irlanda do Norte, Escócia e partes do norte da Inglaterra a partir das 6 h da manhã (3 h da madrugada no horário de Brasília).
Além de render imagens cataclísmicas, as nuvens provocaram o cancelamento de voos e fizeram com que o presidente dos EUA, Barack Obama, reduzisse seu tempo de visita à Irlanda.
Empresas aéreas de toda a Europa temem que os problemas causados um ano atrás pela erupção de outro vulcão islandês se repitam (leia mais no quadro).
A British Airways suspendeu todos os seus voos programados para hoje de manhã entre Londres e a Escócia, e a empresa holandesa KLM cancelou mais de dez voos com destino e procedência da Escócia e do norte da Inglaterra no mesmo período. Duas empresas regionais também anunciaram cancelamento de serviços.
A empresa regional de aviação escocesa Loganair cancelou 36 voos marcados para hoje de manhã. Os voos entre as ilhas escocesas não serão afetados. Outra pequena empresa aérea, a Eastern Airways, sediada no norte da Inglaterra, cancelou todos os voos com destino e procedentes da Escócia nesta terça-feira.
Obama, que deveria passar a noite de segunda-feira na Irlanda, planejava voar para Londres ontem no fim do dia. No ano passado, as cinzas forçaram Obama a desistir de uma viagem para a Polônia.
Andrew Haines, executivo-chefe da CAA, disse que "nossa prioridade número um é assegurar a segurança das pessoas tanto a bordo das aeronaves quanto em solo. Nós não podemos desconsiderar a possibilidade de interrupções, mas os novos arranjos colocados em prática desde o ano passado significam que o setor de aviação está melhor preparado para reduzir qualquer interrupção no caso de cinzas vulcânicas afetarem o espaço britânico".
Muitas empresas aéreas disseram que as autoridades superestimaram no ano passado o perigo representado pelas cinzas e reagiram de forma extremada ao fechar o espaço aéreo por cinco dias.
O porta-voz do CAA, Jonathan Nicholson, disse que desta vez as autoridades darão informações sobre a localização e a densidade das nuvens de cinzas. Qualquer companhia aérea que queira voar terá de apresentar um relatório de segurança às autoridades de aviação para receber permissão para os voos.
Dispersão
Nicholson disse que a maioria das companhias britânicas tinha permissão para voar em meio a nuvens de cinza de média densidade, que são as que tem mais de 4 mil microgramas de cinzas por metro cúbico. Segundo especialistas, mesmo com essa concentração de cinzas o ar não teria uma aparência muito diferente do espaço aéreo não afetado pela erupção, mas autoridades disseram que as minúsculas partículas de cinza podem afetar janelas e paralisar turbinas.