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O líder das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido por Timochenko, chega ao município de Mesetas, Colômbia, para o ato final de entrega das armas em 26 de junho de 2017. Oito membros da extinta guerrilha das Farc estão sendo julgados por crimes de guerra pelo sequestro de 21 mil pessoas durante o conflito civil
O líder das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido por Timochenko, chega ao município de Mesetas, Colômbia, para o ato final de entrega das armas em 26 de junho de 2017. Oito membros da extinta guerrilha das Farc estão sendo julgados por crimes de guerra pelo sequestro de 21 mil pessoas durante o conflito civil| Foto: RAUL ARBOLEDA / AFP

Um tribunal especial de paz foi convocado na Colômbia, na sexta-feira (28), para julgar oito líderes da organização terrorista marxista-leninista conhecida como Farc - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - por crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Talvez a justiça seja feita sobre essas oito pessoas - mas a justiça um dia chegará a ser feita sobre os facilitadores dessa organização nos Estados Unidos e em outros lugares?

As Farc são uma das muitas ramificações assassinas desse "socialismo real" que nossos amigos esquerdistas sempre insistem que "nunca foi colocado em prática". Como o Talibã, o grupo é parte movimento político e parte cartel de drogas; como o Hamas, ele buscou legitimidade reinventando-se como um partido político, agora conhecido como Comunes.

As Farc nunca desfrutaram do status de celebridade de, digamos, os sandinistas da Nicarágua, a milícia comunista que contava com o apoio de, entre outros, Bill de Blasio, que voltou de uma visita ao país devastado pela guerra quando tinha 20 e poucos anos com "uma visão das possibilidades de um governo de esquerda irrestrito", nas palavras do New York Times. (E vocês de Nova York, estão gostando?).

Os sandinistas ganharam um álbum triplo da banda de punk rock britânica The Clash batizado em sua homenagem, enquanto as Farc sempre foram mais o objeto do entusiasmo de marxistas acadêmicos encastelados e de ativistas de esquerda engajados com os movimentos revolucionários mundiais. Eles foram treinados por fabricantes de bombas do IRA, e seus interesses foram promovidos no Congresso dos EUA por democratas eleitos, enquanto ativistas americanos agiam como intermediários. Ativistas de esquerda por muito tempo causaram agitação pela libertação de terroristas das Farc detidos nas prisões dos EUA.

Se as Farc sempre tiveram amigos nos Estados Unidos, os amigos das Farc no exterior têm ainda mais amigos nos Estados Unidos. O falecido ditador socialista venezuelano Hugo Chávez era um apoiador de longa data do grupo marxista-leninista-narcoterrorista vizinho, chegando ao ponto de permitir que eles operassem em portos seguros venezuelanos.

Chávez foi o segundo ditador latino-americano favorito da esquerda americana, atrás de Fidel Castro, que contava com o apoio não só dos radicais champanhe de Hollywood, mas também de democratas do Congresso, incluindo Chaka Fattah e Barney Frank. Esses dois não eram exatamente modelos de bom senso: Fattah teve 23 acusações criminais, incluindo conspiração para extorsão, suborno, fraude bancária, fraude postal e lavagem de dinheiro, enquanto Barney Frank, em certo momento, manteve uma rede de prostituição bissexual coordenada a partir de sua casa, mas nunca foi acusado de nenhum crime.

(Minha principal objeção quando o deputado Frank assumiu o cargo de presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes foi o fato de que ele, de alguma forma, conseguiu perder dinheiro mantendo um bordel em Washington.)

O deputado Fattah era um deslumbrado ludibriado por Chávez no inebriante período em que a Venezuela foi impulsionada pela alta dos preços do petróleo - o chefe Hugo enviava óleo para aquecimento com desconto aos eleitores do deputado Fattah na fria Filadélfia. Chávez também sequestrou, torturou e assassinou oponentes políticos. Mas a esquerda não tem inimigos à esquerda.

O caso de amor da esquerda com as Farc na Colômbia e Chávez na Venezuela foi um eco de seu contínuo romance, agora post-mortem, com Fidel Castro. Celebridades progressistas como Danny Glover, Robert Redford e Oliver Stone viajaram até Havana para sentar-se aos pés de Fidel Castro. Jornalistas famosos como Andrea Mitchell vangloriaram as conquistas de Castro na área de saúde, mesmo quando os cubanos eram privados de antibióticos simples e serviços médicos básicos.

Após a morte do grande tirano, Barack Obama falou sobre "as inúmeras maneiras pelas quais ele alterou o curso da vida individual, das famílias e da nação cubana", que é uma maneira de descrever a carreira de um ditador assassino em massa que dirigiu um Estado fortaleza tão cruel que seus súditos se lançavam ao mar em câmaras de ar na esperança de flutuar para uma vida melhor.

E assim vai e assim tem sido: Jane Fonda fez sua peregrinação a Hanói e, mais importante, Bernie Sanders, que quase ganhou a nomeação democrata duas vezes, fez sua peregrinação a Moscou e Leningrado, onde passou seu tempo "exaltando as virtudes da vida e cultura soviéticas", não obstante a vida e a cultura soviéticas envolverem um gigantesco gulag cujas atrocidades incluíam, entre muitos outros crimes contra a humanidade, matar 4 milhões de pessoas de fome para fazer valer um ponto de vista político. Até Pol Pot teve seus apologistas nos Estados Unidos, com radicais de esquerda, como Noam Chomsky, classificando o genocídio cambojano como uma "propaganda" exagerada ou totalmente inventada.

A empreitada comunista mundial assassinou 100 milhões de pessoas no século 20. Oito homens serão julgados na Colômbia. As vendas de camisetas do Che Guevara continuam intensas.

©2021 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês

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