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Os ataques iniciados neste sábado (7) pelo grupo palestino Hamas contra Israel já deixaram milhares de mortos e feridos nas regiões próximas à Faixa De Gaza.
Além dos bombardeios em massa, os terroristas capturaram mais de 100 israelenses, entre eles idosos, mulheres, crianças e até famílias completas, com o intuito de usarem as vítimas como "moeda de troca".
O jornal americano The New York Times conversou com Yoni Asher, israelense que vive o desespero de ter sua família sequestrada por integrantes do Hamas.
No relato, Asher diz que sua esposa, Doron Asher Katz, e suas duas filhas pequenas, de 5 e 3 anos, foram capturadas em uma cidade fronteiriça com Gaza por homens armados. Elas faziam uma visita à mãe de Doron quando os terroristas iniciaram os ataques inesperados e invadiram a residência.
O marido conta que imediatamente recebeu uma ligação da esposa, que sussurrava ao telefone o que estava acontecendo, enquanto se mantinha escondida com a família em um "quarto seguro".
De repente, a linha telefônica ficou muda e o contato entre os dois foi interrompido, momento em que ela e suas filhas foram levadas pelos invasores. Segundo o relato de Asher ao New York Times, esse foi o último momento em que eles se falaram.
Ele rastreou o telefone de Doron remotamente e acompanhou todo o deslocamento até uma cidade no sul de Gaza chamada Khan Younis.
Enquanto se atualizava da situação na internet, tentando descobrir como recuperar sua família, ele reconheceu sua mulher em um vídeo que circulava nas redes sociais de israelenses sequestrados sendo levados para o território vizinho na traseira de uma caminhonete.
Na mídia, havia um atirador colocando uma espécie de venda na cabeça de sua esposa. Asher afirmou que suas filhas, Raz e Aviv, de 5 e 3 anos, e sua sogra, Efrat Katz, de 67 anos, também estavam no veículo.
O israelense disse ao jornal americano que elas voltariam para casa, no centro de Israel, na noite de sábado, dia em que o sequestro aconteceu. “Não consigo dormir – estou vivendo fora do meu próprio corpo. Tenho meninas pequenas, elas não deveriam ser mantidas por terroristas”, disse Asher.
Cerco de Israel
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, deu ordens nesta segunda-feira (9) para a formação de um “cerco total” da Faixa de Gaza, o que significa que o enclave palestino ficará sem eletricidade, alimentos e combustível, em meio a uma guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
"Eu dei uma ordem: Gaza estará sob cerco total. Estamos lutando contra terroristas bárbaros e responderemos de acordo", disse o ministro por meio de um comunicado.
Israel declarou estado de guerra no sábado (7), depois de o Hamas ter lançado um ataque múltiplo por terra, mar e ar, que surpreendeu o país em uma escala sem precedentes, com o lançamento de milhares de projéteis e incursões terrestres em solo israelense, onde dezenas de cidadãos foram executados ou sequestrados.
Nesta segunda (9), o Hamas acusou o Exército de Israel de ter matado quatro reféns do próprio país durante a contraofensiva efetuada no enclave palestino no marco da nova guerra.
“Os bombardeios da ocupação durante a noite e hoje na Faixa de Gaza provocaram a morte de quatro prisioneiros inimigos e o martírio daqueles que os mantiveram cativos”, disse Ay Ubaida, porta-voz das Brigadas Al Qassam, o braço armado do Hamas.
A troca de projéteis aéreos não parou e nesta manhã ainda ocorriam combates dentro de Israel em pelo menos sete pontos com a presença de milicianos do Hamas.
Desde que a guerra eclodiu no sábado passado, o número de mortos em Israel ultrapassou os 700, além de mais de 2.200 feridos. (Com agência EFE)