O franco-americano Maxime Larive é diretor do Centro União Europeia na Universidade de Illinois e publicou, em 2014, o livro “Debatendo a Política de Defesa Europeia de Segurança e Compreendendo sua Complexidade”. Estudioso sobre terrorismo, afirma que é preciso uma visão estratégica e evitar retrocessos. Do contrário, a França e o Ocidente estarão entrando na armadilha armada pelo Estado Islâmico.
Esta nova fase do Estado Islâmico de ataques no exterior tende a ser intensificada?
É importante para o Ocidente e para a Rússia olharem para o Estado Islâmico além da ameaça que representa para os seus respectivos países e terem uma visão abrangente da ameaça que representa para a maioria dos países vizinhos. Os atentados na Turquia e em Beirute foram horrendos e ainda não receberam tanta atenção das principais capitais ocidentais. O debate nas nações ocidentais está se deslocando em direção a tons xenófobos e mudanças políticas extremas, que podem violar seus princípios democráticos. O Ocidente, e especialmente a França, pode estar caindo na armadilha do Estado Islâmico.
Como o senhor vê a atuação do presidente François Hollande após os ataques?
O presidente francês deu uma mensagem muito forte nos dias seguintes aos atentados, afirmando que a
Bruxelas permanece sob o mais elevado estado de alerta, diz premiê belga
Autoridades do governo manterão a capital da Bélgica sob o mais elevado estado de alerta na segunda-feira, por causa da “séria e iminente” ameaça de um ataque terrorista aos moldes dos que ocorreram em Paris, de acordo com o primeiro-ministro, Charles Michel.
Leia a matéria completaFrança está em guerra. A mensagem e a atuação dele me lembram muito o que foi feito por George W. Bush após os ataques de 11 de setembro de 2001. O Ocidente e a Rússia estão em um momento crítico e certamente devem agir com precauções. Os erros cometidos pelos Estados Unidos depois de 2001 parecem estar ressurgindo na França, que era altamente crítica à política externa dos EUA sob o presidente Bush. Isso é esquecer a sua própria História apenas 14 anos depois.
O que a morte do líder dos ataques na França pode significar?
A morte de Abdelhamid Abaaoud, suposto autor intelectual dos ataques em Paris, levanta mais perguntas do que respostas. Como ele entrou na Europa? Como poderia se mover tão livremente por toda a Europa? Como foi capaz de orquestrar sofisticados ataques sem alertar as autoridades francesas e europeias? Estas questões são importantes, a fim de impedir futuros ataques.
Como estes ataques podem mudar a Europa?
Os europeus têm desenvolvido uma política complexa e bem sucedida de uma Europa sem fronteiras com o acordo de Schengen. Uma região sem fronteiras não deve ser sinônimo de ilegalidade, e agora há a necessidade de uma maior cooperação entre as polícias e os serviços de inteligência. Em certa medida, as nações europeias estão em uma encruzilhada: ou projeto europeu se aprofunda com mais integração, ou morre.
Turquia derruba avião russo perto da fronteira com a Síria
O governo da Turquia informou ter derrubado nesta terça-feira (24) um avião militar russo que teria invadido seu espaço aéreo na região de fronteira com a Síria.E
Leia a matéria completaA França deve fechar nesta semana um acordo com EUA e Rússia. Por que isso é importante?
Conforme anunciado pelo presidente François Hollande, a França está em guerra. A Rússia, um aliado histórico da França, é muito importante, considerando a necessidade de reforçar a cooperação entre UE e Rússia. A maior parte oriental da UE e os países bálticos veem a Rússia como a principal ameaça à sua segurança. Então, se envolver com a Rússia, a fim de lutar contra o EI em solo e encontrar uma solução para Bashar al-Assad é muito importante. Já Barack Obama está demonstrando sua aversão a compromissos militares mais profundos além dos bombardeios aéreos e dos consultores na região. A política externa americana tem sido baseada em contenção em vez de intervenção.
EUA e Rússia podem chegar a um acordo sobre Assad?
Moscou certamente quer ver Assad sobrevivendo à guerra, mas Washington tem sido bastante claro de que não aceitaria um futuro com Assad no comando da Síria. As negociações de Viena, que incluíram o Irã, abriram um caminho para a busca de uma solução política para a Síria. Mas as questões estão abertas e a maioria dos especialistas é incapaz de fornecer uma resposta sobre esta questão complexa.
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