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Gripe suína

O peso extra que caiu sobre as costas do México

Cena inédita: uma das principais vias da capital mexicana em dia de paralisação | Alfredo Estrella/AFP
Cena inédita: uma das principais vias da capital mexicana em dia de paralisação (Foto: Alfredo Estrella/AFP)
Veja que todas regiões do México tiveram casos confirmados |

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Veja que todas regiões do México tiveram casos confirmados

Prejuízo na capital de R$ 240 milhões diariamente, paralisação da maioria dos serviços por cinco dias, falta de turistas e preconceito mundial são situações que o México tem enfrentado recentemente. O grande vilão é a gripe A H1N1, conhecida por gripe suína, que colocou o México entre os países com o maior número de vítimas, ao lado dos Estados Unidos. Cerca de 1,5 mil casos foram confirmados e mais de 48 mexicanos morreram por causa da doença.

O primeiro caso no país foi registrado em março. Assim que as autoridades de saúde soaram o alerta por causa da multiplicação de casos, a maior parte dos serviços ficou fechada por cinco dias para conter uma possível epidemia. A previsão é que a gripe suína deve ser responsável por um recuo de até 0,5 ponto no Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano.

O embaixador brasileiro no México, Sérgio Abreu Florêncio, diz que os efeitos da crise ainda não são visíveis. Ele aponta que o maior impacto aconteceu na capital, Cidade do México, que concentra 30% do PIB do país e tem como atividade principal o comércio (70% da economia). "Justamente serviços e comércio foram mais afetados pela epidemia", afirma. "Um setor que vai precisar de muita ajuda, por exemplo, são os restaurantes porque ficaram fechados todo esse tempo."

Somente na última quarta-feira escritórios e restaurantes reabriram, bem como as escolas de ensino médio e as universidades. Florêncio afirma, no entanto, que as atividades foram retomadas com várias restrições. Os restaurantes só podem funcionar até às 23 horas e o número de mesas foi reduzido para que os clientes fiquem mais distantes e não haja contágio.

Já as escolas, as universidades e o metrô passaram por uma limpeza cuidadosa. "A expectativa dos mexicanos é que essa retomada da atividade econômica e esses cuidados sanitários não provoquem um novo aumento da incidência da Influenza A H1N1 nem aumento do número de óbitos", aponta Florêncio.

Os mexicanos também mudaram seus hábitos, segundo o embaixador. Ele conta que algumas pessoas estão evitando andar de metrô. Um funcionário da Embaixada, inclusive, está indo trabalhar de bicicleta. A orientação do governo é que a população use máscara, evite aglomeração, lave as mãos com frequência, entre outras medidas.

Proibição

O engenheiro brasileiro que mora no México, Roberto Luiz Blauth, lembra que a paralisação das atividades por cinco dias foi rigorosa. A empresa onde ele trabalha teve de fechar, mas, mesmo assim, dois funcionários foram até o trabalho, deixando as portas fechadas. "Se o pessoal de saúde descobrisse, retiraria eles do local de trabalho", diz Blauth.

Segundo a BBC Brasil, o comércio na Cidade do México perdeu 1,5 bilhão de pesos por dia (cerca de R$ 240 milhões), por causa do fechamento de lojas e empresas.

Na semana passada, o governo do México anunciou um pacote de US$ 1,3 bilhão em estímulos fiscais para minimizar as perdas econômicas. O dinheiro está previsto para os setores de turismo, hotelaria e lazer, aviação e indústria suína. O governo estima que perderá US$ 759 milhões em arrecadação, de acordo com a agência de notícias Folhapress.

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