Policial impede acesso à área ao redor do Capitólio, como medida após os protestos contra a ditadura cubana dos últimos dias, em Havana, Cuba, 13 de julho| Foto: EFE/ Yander Zamora/ Gazeta do Povo
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A Conferência de Bispos Católicos de Cuba se manifestou em relação aos grandes protestos de cubanos que desde domingo saem às ruas para expressar "seu desconforto pela deterioração da situação econômica e social que vive nosso povo e que se acentuou significativamente".

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"Não podemos fechar os olhos ou desviar o olhar, como se nada estivesse acontecendo, diante dos acontecimentos que nosso povo viveu ontem, domingo, e que em alguns lugares continuam ocorrendo", disseram em comunicado divulgado na segunda-feira (12) os bispos da Igreja Católica cubana.

Em seu comunicado, os religiosos afirmaram que o governo "tem responsabilidades e tratou de tomar medidas para atenuar as dificuldades mencionadas, mas também entendemos que o povo tem o direito de expressar suas necessidades, desejos e esperanças e expressar publicamente como estão algumas das medidas que foram tomadas".

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A Conferência dos Bispos Católicos ainda expressou preocupação de que a resposta a essas reclamações "seja o imobilismo que contribui a dar continuidade aos problemas, sem resolvê-los".

"Não só vemos que as situações se agravam, mas também caminhamos para uma rigidez e endurecimento de posições que podem engendrar respostas negativas, com consequências imprevisíveis que nos prejudicariam a todos", denuncia a nota.

Os bispos defendem que "não se chegará a uma solução favorável por imposições, nem por apelos ao confronto, mas sim quando houver a escuta mútua, a busca de acordos comuns e quando forem dados passos concretos e tangíveis que contribuam, com o apoio de todos os cubanos sem exclusão, para a construção da Pátria 'com todos e para o bem de todos'."

O comunicado também alerta que "a violência gera violência", e que a "agressividade de hoje abre feridas e alimenta rancores para o amanhã que custarão muito trabalho para superá-los". Os bispos chamam aos cubanos para "não incentivar a situação de crise", mas sim usar de "serenidade de espirito e boa vontade", além de exercitar a "escuta, compreensão e atitude de tolerância" para buscar juntos o caminho para uma solução justa e adequada.

Após grandes manifestações contra o regime cubano no domingo, a ditadura castrista, na segunda-feira, cortou a internet e aumentou a presença policial na ilha. Os cubanos permanecem sem acesso à internet nesta terça-feira.

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Segundo o serviço de ajuda jurídica Cubalex, entre domingo e terça-feira, foram registrados a prisão ou desaparecimento de 148 pessoas em Cuba, das quais 12 já foram libertadas.