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Pessoas em frente às estátuas dos líderes norte-coreanos Kim Il Sung e Kim Jong Il em Pyongyang para celebrar o aniversário de 78 anos de Kim Jong Il, 17 de fevereiro de 2020
Pessoas em frente às estátuas dos líderes norte-coreanos Kim Il Sung e Kim Jong Il em Pyongyang para celebrar o aniversário de 78 anos de Kim Jong Il, 17 de fevereiro de 2020| Foto: KCNA VIA KNS / AFP

Em fotos noturnas feitas do espaço, a Coreia do Norte parece um buraco negro em comparação à Coreia do Sul bem iluminada. É uma metáfora adequada para o que sabemos sobre o que está acontecendo dentro da RPDC agora: nada.

Essa falta de informação apresenta um problema real quando uma ameaça global à saúde está à solta. E o coronavírus é definitivamente uma ameaça global.

Embora possamos apenas especular o que está acontecendo no reino sombrio de Kim Jong-un, é difícil imaginar um cenário otimista.

O que sabemos é que o governo de Pyongyang anunciou que sua fronteira com a China está fechada. O vírus já passou para o outro lado? Será que ele vai atravessar de alguma maneira? Mesmo que a resposta correta para ambas as perguntas seja "não", a Coreia do Norte ainda tem um problema. A falta de comércio e viagens, mesmo uma proibição temporária, prejudicará ainda mais a economia desse que já é o país mais pobre do mundo. Conclusão: os norte-coreanos famintos passarão ainda mais fome.

Provavelmente a Coreia do Norte resistirá no curto prazo. A temporada de gripe deve diminuir em abril. O contágio será então menos preocupante, pelo menos até o outono. O povo norte-coreano já passou por situações piores.

Se o coronavírus se espalhar para a RPDC, haverá um conjunto diferente de problemas. Por um lado, a melhor maneira de lidar com uma pandemia global é a transparência; o compartilhamento de informações pode ajudar todas as nações a desenvolver a resposta mais eficaz. A China tem sido muito ruim no quesito transparência. A Coreia do Norte seria pior.

Pelo lado positivo - pelo menos para aqueles que não estão presos no domínio de Kim - a Coreia do Norte não tem nada remotamente parecido à mobilidade social disponível na China.

Além disso, se o governo decidir aumentar ainda mais a sua repressão, implementando quarentena e ainda mais restrições de viagem, pode apostar que as medidas serão executadas. Sem piedade. Ditaduras brutais são boas nesse tipo de coisa.

Mas, como observado acima, os norte-coreanos são resistentes. Eles sofreram décadas de privação e dor - principalmente nas mãos do regime em Pyongyang. Então, eles provavelmente sobreviverão a isso.

Ainda assim, se o vírus se espalhar na Coreia do Norte, será um inferno. A maioria dos norte-coreanos está desnutrida e as pessoas desnutridas têm sistemas imunológicos precários. Pessoas com sistema imunológico precário são mais propensas a contrair a gripe e mais propensas a serem debilitadas pela doença.

O que acontecerá com os doentes? A situação dos serviços de saúde da Coreia do Norte é bastante assustadora. Os doentes vão morrer.

Caso ocorra um surto generalizado na Coreia do Norte, e se o regime admitir a ocorrência do surto, os países civilizados desejarão desembolsar ajuda internacional. Essa ajuda, literalmente, faria a diferença entre vida e morte para inúmeros coreanos.

Mas até sabermos o que está acontecendo na Coreia do Norte, não há realmente nada que possamos fazer por eles.

Enquanto isso, podemos dedicar nosso esforço a cooperar com o resto do mundo para limitar a propagação do vírus. Isso significa implementar políticas responsáveis ​​de viagens, exames, tratamento e saúde pública, além de fornecer assistência humanitária apropriada.

©2020 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês

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