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América Latina

O que a delegação de Biden vai fazer na Argentina, Uruguai e Colômbia

O presidente Joe Biden fala durante um evento com os CEOs da Johnson " Johnson e Merck no South Court Auditorium do Eisenhower Executive Office Building em 10 de março de 2021 em Washington, DC. Imagem ilustrativa. (Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP)

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Nesta semana, de 11 a 15 de abril, autoridades dos Estados Unidos visitarão países da América do Sul, como Colômbia, Argentina e Uruguai. O governo Joe Biden será representado por Juan Gonzalez, diretor sênior para assuntos do Hemisfério Ocidental, e Julie Chung, secretária-adjunta interina para Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado.

A chegada de Joe Biden no governo norte-americano no início deste ano gerou a expectativa de uma mudança de abordagem no continente latino americano. Porém, o novo governo não tem investido muito de seus esforços diplomáticos na região, ao menos por enquanto. Além da pandemia, os EUA estão mais preocupados com expansão geopolítica chinesa e uma reaproximação com organismos multilaterais como a Otan.

No entanto, conforme revelado em artigo do New York Times, o governo norte-americano espera alcançar objetivos pequenos modestos e realistas. A crise atual abre uma oportunidade para que Washington forneça ajuda humanitária e assistência ao desenvolvimento. O que pode contrapôr de alguma forma a influência da China na região.

Um exemplo dessa abordagem foi a visita recente do almirante Craig Faller, comandante do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos, responsável pelas operações militares dos Estados Unidos na América Latina. Durante a visita, o Comando Sul doou três hospitais de campanha para ajudar a Argentina a tratar pacientes com Covid-19.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, desde a posse de Biden ressaltou os principais pontos da agenda dos dois países: a frente única contra a pandemia do coronavírus, o fortalecimento dos valores social-democratas, a crise ambiental. Fernández também destacou a importância de ver os EUA retornarem às “dimensões multilaterais globais”, incluindo o Acordo de Paris.

E são esses assuntos que autoridades norte-americanas devem discutir na Argentina e no Uruguai. Segundo o comunicado da Casa Branca, Gonzalez e Chung abordarão os desafios impostos pela pandemia de Covid-19, as mudanças climáticas e as ameaças à democracia na região.

O governo da Argentina deve aproveitar o momento para estreitar os laços com Biden, pois precisará de seu apoio em negociações com o FMI. De acordo com levantamento do Valor Econômico, a Argentina deve pagar ao fundo uma dívida de US$ 3,8 bilhões neste ano e de quase US$ 18 bilhões no ano que vem.

Em contrapartida, o governo norte-americano vê como uma prioridade a questão do combate às mudanças climáticas.

Essa é um dos principais assuntos a ser tratados também em Bogotá. Segundo a nota, os conselheiros discutirão com autoridades locais a recuperação econômica, a segurança e o desenvolvimento rural da Colômbia. Além disso, debaterão a crise migratória da Venezuela e a liderança climática regional da Colômbia.

Embora a Colômbia represente apenas cerca de 0,4% das emissões globais de carbono, o seu último plano de Contribuição Determinada em Nível Nacional (NDC, na sigla em inglês) é um dos mais ambiciosos na região da América Latina e Caribe até agora, segundo o World Resources Institute.

Desde 2012 com assinatura do Acordo de Promoção Comercial EUA-Colômbia, os Estados Unidos continuam sendo o principal parceiro comercial da Colômbia, com um comércio bilateral total de quase US$ 25 bilhões.

A mudança de comando nos EUA não tem afetado severamente a relação entre os dois países.

Biden também havia prometido uma mudança em sua abordagem política em relação a Venezuela, mas até agora tem sido muito tímido em alterar o que deixou seu predecessor.

O apoio da Colômbia será fundamental em qualquer decisão que Washington tomar, dado que o país foi um dos que mais absorveram imigrantes do país vizinho. Há cerca de 1,7 milhões de venezuelanos morando no país atualmente, dos quais aproximadamente 1 milhão vivem sem documentos.

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