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Cronologia da guerra

Linha do tempo: o que aconteceu na guerra da Ucrânia até agora?

O presidente russo, Vladimir Putin, anuncia pela televisão a invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro (Foto: EFE/EPA/SERGEI ILNITSKY)

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A crise no Leste europeu não é nova. Desde antes de 2014, o povo ucraniano se divide entre os que desejam maior integração com a Rússia e aqueles que apoiam a aliança com a União Europeia. Com isso, muitos protestos tomaram conta do país naquele ano, o então presidente pró-Rússia — Viktor Yanukovych — foi deposto e Moscou decidiu intervir.

Para isso, Vladimir Putin enviou milhares de tropas para as bases russas na Crimeia em fevereiro de 2014 e, no dia 18 de março, após um referendo local cujo resultado decidiu pela anexação, assinou um projeto de lei incorporando essa região à Rússia, ação que a maioria dos países europeus não aceita. Além disso, em 2014 teve início a crise com os separatistas pró-Rússia, que declararam as repúblicas de Donetsk e Lugansk na região de Donbass, abrindo caminho para Putin invadir o país oito anos depois.

Desta vez, o pretexto do Kremlin é realizar uma "operação militar especial" para defender a população que fala russo e proteger a Rússia de “ameaças à segurança” devido à aproximação da Ucrânia com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

A partir de então, as principais cidades ucranianas foram sitiadas, mais de 2 mil civis foram mortos e o cenário de guerra preocupa o mundo inteiro. Confira nesta linha do tempo os principais acontecimentos que têm marcado a guerra da Ucrânia:

15 de fevereiro - "Exercícios militares"

Cerca de 130 mil soldados estão instalados próximo às fronteiras ao norte, leste e sul da Ucrânia. Isso preocupa toda a Europa, mas o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, garante que o motivo são exercícios militares e que parte desse efetivo retornará às bases.

16 de fevereiro - Invasão iminente

O Ocidente emite um alerta de que a Rússia continua movendo suas tropas em direção à Ucrânia com veículos blindados, helicópteros e até um hospital de campanha. Diante da temida invasão, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pede que os ucranianos se unam em defesa de seu país e transforma o dia 16 de fevereiro em um símbolo dessa união.

Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro se reúne com o líder russo Vladimir Putin, em Moscou, onde afirma que o Brasil é solidário aos "países que se empenham pela paz".

21 de fevereiro - Independência de Donetsk e Lugansk

Como a crise entre separatistas pró-Rússia continua em Donbass, Putin decide reconhecer a independência das regiões de Donetsk e Lugansk. Essa ação põe fim ao processo de paz entre Kiev e os separatistas, e abre espaço para que o líder russo envie militares “mantenedores da paz” para o leste da Ucrânia.

24 de fevereiro - Primeiros bombardeios

Durante a madrugada, Vladimir Putin inicia uma “operação militar especial” com bombardeios em várias cidades ucranianas. O presidente Zelensky anuncia o fim das relações diplomáticas com a Rússia, e milhares de moradores tentam sair de Kiev, causando trânsito intenso e filas nos postos de combustíveis e supermercados.

Estados Unidos, Japão e países da Europa se posicionam contra a invasão russa, e uma reunião urgente da Otan é solicitada. O valor do petróleo ultrapassa a marca dos US$ 100 por barril e bolsas ao redor do mundo começam a operar em queda.

O exército russo ocupa a antiga usina nuclear de Chernobyl, e Zelensky afirma que os ucranianos estão “sozinhos” na defesa da ex-república soviética. “Perguntei a todos os parceiros de estado se estão conosco. Eles estão conosco, mas não estão prontos para que entremos numa aliança com eles”, afirmou. Mesmo assim, o presidente garantiu que a Ucrânia se defenderia.

25 de fevereiro - Sanções econômicas

Zelensky parabeniza os ucranianos pelo desempenho no primeiro dia de ataque a afirma que os planos russos foram frustrados. "Nossos meninos e meninas, todos os defensores da Ucrânia não permitiram que o inimigo realizasse o plano operacional da invasão no primeiro dia", disse.

Essa defesa fez com que diversos países tivessem mais tempo para anunciar sanções econômicas contra a Rússia, e uma reunião do Conselho de Segurança da ONU é realizada na tentativa de condenar a invasão da Ucrânia e exigir a retirada das tropas. O embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo Costa Filho, vota a favor da condenação, assim como a maioria dos membros, mas o poder de veto da Rússia no órgão anula a resolução.

26 de fevereiro - Segurança do presidente

Há preocupação internacional com a segurança do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e autoridades americanas oferecem ajuda para retirá-lo de Kiev. No entanto, a oferta é recusada. “A luta está aqui. Preciso de munição, não de uma carona”, disse Zelensky aos Estados Unidos.

No mesmo dia, a Comissão Europeia propõe uma nova bateria de sanções contra Moscou, incluindo a paralisação dos ativos do Banco Central da Rússia e a exclusão de bancos russos do sistema Swift de pagamentos interbancários mundiais.

27 de fevereiro - Forças nucleares em alerta

A União Europeia confirma que os bancos russos serão desligados do Swift – e, como resposta às sanções, Vladimir Putin ordena que forças nucleares de contenção da Rússia sejam colocadas em “regime especial de serviço”.

Diante da situação, milhares de russos saem às ruas em protesto contra a guerra e mais de 5 mil pessoas são presas. Já no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro afirma que adotará postura neutra durante o conflito para não prejudicar a importação de fertilizantes, essencial para a agricultura do país. “Nossa posição tem que ser de bastante cautela.”

28 de fevereiro - Primeiras negociações

Em Belarus, delegações da Rússia e da Ucrânia iniciam negociações para o fim da guerra, mas a reunião é encerrada sem acordo. Bombardeios nas imediações de Kiev aumentam, e Zelensky assina pedido de entrada da Ucrânia na União Europeia.

Uma sessão extraordinária da Assembleia Geral da ONU é realizada para tratar da invasão russa e o embaixador do Brasil na organização reforça posicionamento contrário aos ataques. Ele também solicita que Europa e Estados Unidos reavaliem as sanções impostas, “principalmente aquelas que podem afetar a economia global, incluindo o abastecimento alimentar”.

No mesmo dia, Bolsonaro anuncia vistos humanitários para ucranianos em fuga da guerra, os EUA expulsam 12 diplomatas russos do país por espionagem, e Putin proíbe a transferência de moeda estrangeira para o exterior na tentativa de defender a Rússia das sanções ocidentais.

1 de março - "Desmilitarizar e desnazificar"

Belarus coloca seus sistemas de defesa aérea em alerta e reforça a fronteira, mas afirma que não intervirá no conflito. Na mesma data, bombardeios russos à torre de TV de Kiev danificam um monumento que simboliza o sofrimento ucraniano durante a Segunda Guerra Mundial: o massacre de judeus conhecido como Babi Yar.

A Rússia é acusada de cometer crimes de guerra na Ucrânia, mas nega esse fato, afirmando que seu objetivo é “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho. Ao todo, cerca de 2 mil civis já foram mortos no conflito.

2 de março - ONU condena a invasão

A Assembleia Geral da ONU aprova resolução condenando a invasão realizada pela Rússia e solicitando retirada imediata das tropas. Essa solicitação não á atendida pelo Kremlin e a Ucrânia pede ao papa Francisco que discuta com o presidente Vladimir Putin a respeito de corredores humanitários para saída de civis enquanto a guerra continua.

Também são divulgados os números de soldados russos mortos no conflito, mas há divergência de informações. Os ucranianos afirmam que 5,8 mil morreram até agora, enquanto a Rússia confirma 498 mortes.

3 de março - Corredores humanitários

Delegações da Ucrânia e Rússia se encontram pela segunda vez em Belarus. Elas não entram em acordo para encerrar o conflito, mas concordam com a abertura de corredores humanitários para a saída segura de civis.

A Rússia afirma que Ucrânia trabalha para desenvolver uma bomba atômica com apoio dos Estados Unidos, e o país norte-americano anuncia sanções contra oito oligarcas russos e seus parentes, incluindo o suposto testa-de-ferro do presidente Vladimir Putin, Alisher Usmanov.

Enquanto isso, o governo do Brasil disponibiliza uma aeronave da Força Aérea para resgatar brasileiros em fuga da guerra e levar material de ajuda humanitária para refugiados do conflito. Ao todo, mais de 2 milhões de pessoas já deixaram suas casas na Ucrânia, segundo a ONU.

4 de março - Alerta nuclear

Um ataque russo à maior central nuclear da Europa — a de Zaporizhzhia — deixa o mundo em alerta, mas a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU afirma que não ocorreram vazamentos. Na mesma data, o jornal britânico The Times informa que o presidente Volodymyr Zelensky sobreviveu a três tentativas de assassinato desde o início do conflito.

Enquanto isso, na Rússia, o governo sanciona uma lei que aumenta a censura à imprensa, obrigando veículos a reportarem apenas a versão do governo a respeito da guerra, sob pena de até 15 anos de prisão. O Kremlin também bloqueia o acesso da população às redes sociais Facebook e Twitter, e vê emissoras como BBC e CNN suspenderem seu funcionamento devido às restrições ao jornalismo independente.

Além disso, o Ministério da Indústria e Comércio da Rússia recomenda suspensão temporária do embarque de fertilizantes para exportação, e autoridades ucranianas informam que a Rússia não está permitindo os corredores humanitários prometidos durante as negociações realizadas no dia anterior.

5 de março - Culpa dos "nacionalistas"

Denúncias de descumprimento do acordo relacionado aos corredores humanitários continuam, mas a Rússia alega que os responsáveis são nacionalistas e integrantes das Forças Armadas da Ucrânia. Putin afirma que eliminou quase todas as estruturas militares da Ucrânia, e uma nova rodada de negociações entre os dois países é marcada para o dia 7.

6 de março - Crise de refugiados

Estimativas da ONU indicam que mais de 1,5 milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia. "Estamos diante da crise de refugiados que aumenta mais rapidamente desde a Segunda Guerra Mundial", escreveu o Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi. Além disso, denúncias de crimes de guerra são apresentadas pelos Estados Unidos. "Vimos relatórios de ataques deliberados contra civis”, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.

Na Rússia, protestos contra a guerra terminam com 3,5 mil presos, e a rede social TikTok anuncia bloqueio parcial de seus serviços no país para garantir a segurança de usuários que postam conteúdos relacionados ao conflito. Netflix e outras empresas, como Apple, Disney, Volkswagen, Microsoft, Visa, Mastercard e American Express também suspendem seus serviços para cidadãos russos em consequência dos ataques da Rússia contra a Ucrânia.

7 de março - Petróleo

O governo norte-americano afirma estar conversando com aliados da Europa a respeito da proibição de importar petróleo da Rússia, e esse anúncio faz o valor do petróleo atingir o maior valor dos últimos 14 anos, ultrapassando US$ 125 por barril.

Essa é uma das inúmeras sanções econômicas em represália pela invasão ao território da Ucrânia, e Putin anuncia que elas “equivalem a uma declaração de guerra”. A fala foi publicada em vídeo postado no Twitter pela Embaixada Russa na França — já que a rede social foi banida na Rússia — e terminou em tom de ameaça: “Vou aconselhá-los a não agravar a situação e a não impor sanções”.

Ainda no dia 7 de março, o Kremlin aprova uma lista de “nações hostis” contendo os membros da União Europeia, Estados Unidos, Japão, Canadá e outros 17 países. Cerca de 10 mil pessoas já foram presas na Rússia por se manifestarem contra a guerra, e a terceira rodada de negociações entre Ucrânia e Rússia termina com “pequeno” avanço logístico para corredores humanitários.

Além disso, o prefeito de uma cidade ucraniana e seus assessores são mortos enquanto distribuíam pães e remédios aos doentes e feridos. “Memória eterna e nossa gratidão”, informa a Câmara Municipal da cidade de Gostomel.

8 de março - Milhares de soldados mortos

Durante reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o embaixador ucraniano na ONU, Sergiy Kyslytsya, pede ajuda para remoção "de dezenas de milhares de corpos de soldados russos em decomposição nos campos". Uma missão da ONU é enviada a Moscou para coordenar essa operação.

O presidente norte-americano Joe Biden informa que está proibida a importação de petróleo, gás e energia da Rússia para os EUA, e pontua às empresas que “este não é o momento de obter lucro em cima da situação”. No mesmo dia, Vladimir Putin assina um decreto de “medidas especiais”, como a proibição de exportações e matérias-primas para salvaguardar a economia russa.

A imprensa ucraniana também afirma que Belarus está de prontidão para ingressar na guerra ao lado da Rússia, e o presidente Volodymyr Zelensky diz que o país não se renderá. “Lutaremos nas florestas, nos campos e nas ruas”, disse em videoconferência com o parlamento britânico, ao solicitar que o Reino Unido promova uma zona de exclusão aérea nos céus da Ucrânia para impedir bombardeios russos.

9 de março - "Fechem o espaço aéreo"

Depois de várias tentativas frustradas para o estabelecimento de corredores humanitários, Rússia e Ucrânia fazem acordo de cessar-fogo das 9h às 21h em seis áreas atingidas pelos combates.

No restante do país, os bombardeios continuam e um deles atinge uma maternidade na cidade de Mariupol. “Por quanto tempo mais o mundo será cúmplice em ignorar este terror?", questionou o presidente Volodymyr Zelensky em uma postagem no Twitter. “Fechem o espaço aéreo agora”, solicitou.

Esse é um dos pedidos do presidente ucraniano, que também solicita armamentos e soldados. No entanto, a Rússia ameaça os países que decidem ajudar. "Voluntários e mercenários enviados para a Ucrânia retornarão como combatentes duros à Europa”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

10 de março - Armas químicas e biológicas

Rússia acusa os Estados Unidos de financiarem um suposto programa de armas químicas e biológicas na Ucrânia. A Casa Branca nega e responde com o alerta de que isso pode ser um “jogo” para o Kremlin usar armas dessa natureza na guerra, culpando seu adversário. Segundo a ONU, não existe nenhum registro de programas ilegais de armas químicas e biológicas em solo ucraniano.

No mesmo dia, ministros das Relações Exteriores dos países em conflito se reúnem na Turquia para tentar novo acordo, mas os russos exigem rendição da Ucrânia como condição para o cessar-fogo, algo que o país do leste europeu afirma que não fará.

Enquanto isso, bombardeios se intensificam na cidade de Mariupol. A prefeitura afirma que 1,3 mil ucranianos já morreram desde o início da guerra e que outros milhares estão adoecendo por falta de aquecimento para suportar o frio intenso de 7 graus negativos. Também não há água e alimento suficientes, e "todas as farmácias e lojas foram saqueadas há quatro ou cinco dias", afirmou Sasha Volkov, chefe do escritório da Cruz Vermelha de Mariupol.

11 de março

Os ataques russos continuam às cidades ucranianas, e locais que ainda não tinham sido bombardeados se tornam alvos, como Ivano-Frankivsk e Lutsk, que fica a 90 quilômetros da fronteira com a Polônia. Os russos solicitam voluntários sírios para fortalecer seu exército, e pedem reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU para discutir "atividades militares biológicas dos Estados Unidos no território da Ucrânia".

Essa convocação urgente do Conselho ocorre em meio às acusações cruzadas entre Rússia e Estados Unidos sobre uso de armas biológicas. De acordo com o presidente norte-americano, Joe Biden, a Rússia pagará "alto preço" se usar armas dessa natureza na guerra, mas também ressaltou que quer evitar confronto direto entre Otan e Rússia, pois isso significaria o início da Terceira Guerra Mundial.

De acordo com a ONU, a guerra na Ucrânia deixou mais de 2,5 milhões de refugiados até agora, obrigou 2 milhões de pessoas a se deslocarem internamente e afetou mais de 12 milhões de pessoas no território ucraniano. O presidente Volodymyr Zelensky pede pressa na resposta da União Europeia (UE) para a adesão da Ucrânia ao bloco, mas líderes da UE descartaram essa rápida adesão.

12 de março

O sábado começa com ataques mais intensos nas proximidades de Kiev, e mísseis atingem o norte e sul da capital. O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia acusa militares russos de sequestrarem o prefeito da cidade de Melitopol — Ivan Fedorov —, e o Youtube bloqueia canais de veículos estatais da Rússia que minimizam eventos violentos como a guerra na Ucrânia.

Com a censura aos veículos de comunicação do país, boa parte da população russa não acredita na invasão militar. "Contei com detalhes o que estava acontecendo. Meu pai respondeu que isso era bobagem, que não havia guerra e que os russos estavam nos salvando dos nazistas", relatou o ucraniano Misha Katsurin, que criou uma plataforma para ucranianos com parentes na Rússia tentarem convencê-los de que a guerra é real.

Enquanto isso, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informa que 12 mil soldados russos e 1,3 mil integrantes das forças armadas ucranianas morreram desde o início da ofensiva militar. Fontes ligadas ao presidente da França, Emmanuel Macron, disseram neste sábado que Vladimir Putin não tem intenção de "parar a guerra".

13 de março

Mísseis russos atingem a base militar ucraniana de Yaroviv e ampliam a preocupação de que o conflito se espalhe para outros países, já que o local fica próximo à Polônia. Um cinegrafista norte-americano é morto a tiros na cidade de Irpin, e o fotógrafo de origem colombiana que o acompanhava fica ferido. Estados Unidos se manifestam em relação ao ataque e prometem “consequências apropriadas”.

Ainda no domingo, outro prefeito ucraniano — Yevhen Matveyev, da cidade de Dniprorudne — é sequestrado por forças russas, e informações divulgadas pelos jornais Financial Times e The New York Times afirmam que Vladimir Putin teria recorrido à China em busca de apoio militar e assistência financeira. A embaixada chinesa em Washington nega.

Delegações dos países em conflito se preparam para a quarta rodada de negociações desde o início da invasão e há acenos para um possível acordo nos próximos dias.

14 de março

A imagem de uma gestante, vítima do bombardeio a uma maternidade na Ucrânia, comove o mundo. Essa mulher chegou a ser filmada acariciando sua barriga ensanguentada, enquanto socorristas a retiravam dos escombros para levá-la, ao hospital. Ela passou por uma cesárea de emergência, mas o bebê nasceu sem sinais de vida, e a mulher não resistiu aos ferimentos.

Fotos de valas coletivas para enterro das vítimas em cidades como Mariupol também chocam. Nem todos os corpos são identificados e "ninguém sabe exatamente onde estão os parentes", informa a deputada local Mykhailyna Skoryk-Shkarivska.

A Ucrânia calcula perda de aproximadamente U$$ 119 bilhões desde o início da guerra, com interrupção de serviços essenciais de abastecimento e “produção entrando em colapso”. Já na Rússia, a censura continua minimizando o conflito, e uma funcionária de um canal estatal se arrisca durante o jornal ao vivo para segurar um cartaz com a mensagem: “Não acredite na propaganda. Eles estão mentindo para você”.

Enquanto isso, Estados Unidos afirmam que a China sofrerá consequências se ajudar a Rússia na guerra, novos oligarcas sofrem sanções econômicas, e delegações dos países em conflito iniciam a quarta rodada de negociações “difíceis”, em formato de videoconferência . Eles fazem pausa técnica para “esclarecer certos termos” e devem retomar as discussões na terça-feira (15).

15 de março

Dois jornalistas da emissora americana "Fox News" morrem na guerra e um repórter britânico perde parte da perna. Eles estavam no mesmo veículo quando foram atingidos por disparos, perto de Kiev. "A verdade é o alvo", disse o Ministério da Defesa ucraniano, ao citar que a Rússia se esforça para que informações a respeito do conflito não sejam divulgadas.

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, anuncia novo toque de recolher na capital ucraniana, e o governo do país europeu estima que a invasão acabe até o início de maio, quando a Rússia ficaria sem recursos para atacar. Enquanto isso, o Kremlin anuncia sanções contra o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, incluindo proibição da entrada dele em território russo.

As delegações dos países em conflito iniciam a quinta rodada de negociações com discussões “bastante duras entre as partes", mas ainda não há acordo. Para ajudar as vítimas do conflito, a Igreja Católica Ucraniana no Brasil realiza campanha de arrecadação de recursos. O telefone para contato e para transferência de valores via Pix é o 41 99643-3320.

16 de março

Ucrânia e Rússia rascunham um possível acordo de paz com 15 pontos. A informação foi divulgada pelo jornal "Financial Times" e citou que as principais solicitações russas são a desistência da Ucrânia de aderir à Otan e de hospedar bases militares estrangeiras. Dessa forma, o país mantém suas Forças Armadas, mas não pode ter alianças militares, assim como ocorre com Áustria e Suécia. Segundo o assessor do presidente Volodymyr Zelensky, a Ucrânia reivindicou que seu modelo de neutralidade seja diferente do existente nesses países.

Enquanto isso, os bombardeios continuam intensos na Ucrânia. Um ataque é realizado contra pessoas que esperavam para comprar pão na cidade de Chernigov, norte do país, e outro atinge um teatro que abrigava cerca de mil refugiados, em Mariupol.

A Rússia é expulsa do Conselho Europeu nesta quarta-feira (16), após 26 anos desde sua adesão, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chama Vladimir Putin de "criminoso de guerra" por conta das táticas militares "bárbaras" usadas na invasão à Ucrânia.

17 de março

O dia é marcado por desdobramentos de um discurso realizado por Putin. Pela TV, o presidente da Rússia ameaçou cidadãos que contrariam o governo e apoiam o Ocidente. “Estou convencido de que uma autopurificação natural e necessária da sociedade só fortalecerá nosso país", disse, ao afirmar que "o povo russo sempre será capaz de distinguir verdadeiros patriotas da escória e dos traidores e simplesmente cuspi-los como uma mosca que voou em suas bocas”. Esse discurso lembra O Grande Expurgo, uma violenta campanha de repressão política conduzida pela União Soviética que matou mais de 750 mil pessoas entre 1936 e 1938.

Ainda nesta quinta-feira (17), a Rússia rejeitou a decisão da mais alta corte da ONU de que o país suspendesse imediatamente suas operações militares na Ucrânia. Seu argumento é de que ainda não há acordo com o governo ucraniano. Segundo a Ucrânia, a paz só poderá se tornar realidade a partir de um diálogo direto entre os presidentes Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin.

Até agora, mais de 3,16 milhões pessoas fugiram da Ucrânia em direção a outros países desde o início da invasão da Rússia, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

18 de março

Em um evento com música, dança e show de luzes realizado no Estádio Olímpico Luzhniki - palco da final da Copa do Mundo de Moscou, em 2018 - o presidente Vladimir Putin fez um discurso sobre a "operação especial" na Ucrânia, num verdadeiro espetáculo pró-guerra.

Apesar de o público presente ter expressado apoio à justificativa de Putin de "desnazificar a Ucrânia", o episódio remete justamente aos grandes comícios anuais nazistas, realizados na Alemanha entre 1923 e 1938.

No mesmo dia, o negociador-chefe da delegação russa, Vladimir Medinski, afirmou que os dois países em guerra estão aproximando "o máximo possível" suas posições sobre o status neutro da Ucrânia com relação à Otan e chegaram à "metade do caminho" nas conversações sobre a desmilitarização do país. A informação, no entanto, foi negada pelo conselheiro do presidente ucraniano e membro da equipe de negociação, Mykhailo Podolyak.

Enquanto isso, um submarino russo que estava no Mar Negro bombardeava as imediações da cidade de Lviv, no oeste da Ucrânia, um importante ponto de passagem para fugitivos que se dirigem à fronteira com a Polônia.

19 de março

A Rússia fez seu primeiro ataque com mísseis hipersônicos contra a Ucrânia. Segundo o ministério de Defesa russo, a ofensiva destruiu um local subterrâneo de armazenamento de munição em Ivano-Frankivsk, no oeste ucraniano. Trata-se de um tipo de míssil mais difícil de ser interceptado.

Um ataque de mísseis russos a um quartel militar em Mykolaiv, no sul da Ucrânia, matou dezenas de soldados ucranianos. Em Mariupol, uma usina metalúrgica foi quase completamente destruída.

Enquanto isso, nas redes sociais, as fotos de três cosmonautas russos viralizaram desde a sexta-feira (18), quando o trio chegou à Estação Espacial Internacional usando trajes amarelos com detalhes em azul, mesmas cores da bandeira ucraniana. A escolha levantou questionamentos sobre uma possível menção à guerra, mas a Rússia negou a relação neste sábado.

20 de março

Bombardeios russos atingiram uma escola de arte na cidade de Mariupol, onde cerca de 400 cidadãos – mulheres, crianças e idosos – se abrigavam. As informações sobre mortos e feridos não foram divulgadas. A cidade portuária é estratégica para os russos, já que pode funcionar como um corredor terrestre para a Crimeia, anexada em 2014 pelos russos.

No mesmo dia, a Rússia deu um ultimato para que as forças ucranianas abandonassem a cidade antes do meio-dia (horário local, cinco horas a mais do que o de Brasília) de segunda-feira (21), mas o governo ucraniano rejeitou a rendição.

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, declarou que Rússia e Ucrânia avançaram nas negociações e estão "perto de um acordo". O país mantém laços com as duas nações em guerra e vem se posicionando como mediador do conflito. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenzky, disse estar pronto para uma conversa com o presidente russo, Vladimir Putin, mas alertou que qualquer falha em uma negociação dessas pode resultar na “terceira Guerra Mundial”.

Pelo menos 902 civis morreram e 1.459 ficaram feridos na Ucrânia, segundo informação do escritório de direitos humanos da ONU no domingo (20). Entre os mortos no conflito estão 75 menores de idade. Até a data, o número de refugiados ucranianos, dentro e fora do país, chegava a dez milhões de pessoas.

21 de março

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o andamento da negociação entre Rússia e Ucrânia por um acordo de paz ainda não permite que haja uma reunião entre os respectivos presidentes, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. Isso porque o encontro só seria possível depois de um trabalho prévio e de um acordo consensual. "No momento, não há avanços significativos", garantiu.

Em resposta às sanções impostas por Tóquio a Moscou, a Rússia suspendeu as negociações de paz com o Japão, em andamento desde 2019. O tratado de paz entre os dois países está pendente desde a Segunda Guerra Mundial.

22 de março

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, advertiu ser impossível que a Rússia assuma o controle de toda a Ucrânia e pediu que Moscou interrompa os ataques e negocie a paz. Ele denunciou que os ucranianos estão vivendo "no inferno", com bombardeios a escolas, hospitais e abrigos de refugiados.

Sobre "ataques indiscriminados contra civis ucranianos", o Pentágono informou que está ajudando a coletar evidências de crimes de guerra cometidos pela Rússia na Ucrânia. O objetivo é responsabilizar os autores perante a justiça, em processos futuros.

O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, admitiu que o país ainda não conseguiu atingir nenhum de seus objetivos militares na Ucrânia e não descartou o uso de armas nucleares por parte de Moscou.

O número de crianças que precisaram sair da Ucrânia desde o início da invasão da Rússia chega a 2 milhões. Outros 3,3 milhões de menores ucranianos foram obrigadas a se deslocar internamente no país, indicou a Unicef Itália.

23 de março

O Ministério da Defesa do Reino Unido indicou que as tropas da Rússia na Ucrânia estão "se reorganizando" no norte do território ucraniano, antes de continuar com operações ofensivas "em grande escala".

Tanto Rússia quanto Ucrânia descreveram como “difíceis” as tentativas de um acordo visando o fim do conflito. O lado ucraniano ressalta ter “posições claras e de princípios” e o lado russo alega que a Ucrânia apresenta "mudança constante de posições". O país invasor também reclama que os Estados Unidos atrapalham o progresso das conversas com os representantes ucranianos.

Preocupada com o uso de armas químicas por parte da Rússia, a OTAN solicitou um acordo dos aliados para defender a Ucrânia. O secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, não deu detalhes sobre o tipo de equipamento que poderiam oferecer a Kiev, mas pediu um “apoio adicional, incluindo assistência para cibersegurança, assim como equipamento para ajudar a Ucrânia a se proteger contra ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares".

A Ucrânia já recolheu quase 5 mil provas de crimes de guerra cometidos pela Rússia e apresentados por cidadãos, por meio da plataforma unificada (warcrimes.gov.ua). As fotos e vídeos devem servir em futuros julgamentos no Tribunal Penal Internacional e em tribunais especiais.

24 de março

A invasão da Rússia à Ucrânia completa um mês, e especialistas não veem sinais de que o conflito possa chegar ao fim em breve, uma vez que os dois países não conseguiram estabelecer acordos para o cessar-fogo. A guerra já deixa um saldo de quase mil civis ucranianos mortos e mais de 3,6 milhões de refugiados.

Uma reunião de líderes ocidentais em Bruxelas discutiu o fortalecimento de sua defesa na Europa Oriental e o aumento da ajuda militar à Ucrânia. Reunidos para uma série de cúpulas da OTAN, União Europeia e G7, os presidentes disseram que vão alertar Putin de que seu país pagará caro por invadir a nação vizinha.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu a expulsão da Rússia do G20, ou, pelo menos, a permissão de que a Ucrânia participe das reuniões do mecanismo multilateral. No mesmo dia, ele anunciou que os EUA estão prontos para receber até 100 mil refugiados da Ucrânia.

Na Assembleia Geral da ONU, 140 países votaram a favor de uma resolução que exige "o fim imediato das hostilidades na Ucrânia". Apenas cinco nações votaram contra o texto e 38 se abstiveram.

25 de março

Cerca de 13 milhões de pessoas estão retidas na Ucrânia, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). A invasão da Ucrânia pelas tropas russas também provocou, em um mês, o deslocamento de pelo menos 6,5 milhões de pessoas no território ucraniano e a fuga de 3,7 milhões de pessoas para outros países.

A Rússia anuncia que perdeu 1315 soldados em um mês de guerra e confirmou que as Forças Armadas do país destruíram, com mísseis de cruzeiro de alta precisão lançados do mar, o maior depósito de combustível na região central da Ucrânia, que era utilizado para abastecer as tropas de Kiev.

Segundo Moscou, desde o início da ofensiva na Ucrânia, 261 drones, 204 sistemas de mísseis antiaéreos, 1.587 tanques e outros blindados de combate, 163 lança-foguetes múltiplos, 636 canhões de artilharia de campanha e morteiros, assim como 1.397 unidades de veículos militares especiais foram destruídos.

O vice-chefe do Estado Maior da Rússia, Sergey Rudskoi, também informou que as tropas do país bloquearam Kiev e Chernigov, no norte da Ucrânia; Kharkiv, no leste; Sumy, no nordeste; e Mykolaiv, no sul. O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que considera terminada a primeira fase da guerra.

26 de março

A Ucrânia anunciou que 136 crianças morreram desde o primeiro dia da invasão russa.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, "não pode permanecer no poder". O líder americano também participou de uma reunião na Polônia com ministros ucranianos, para falar sobre segurança e ajuda humanitária à Ucrânia.

A invasão russa ao país vizinho também monopolizou as atenções no Fórum de Doha, com o inesperado discurso do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Um ataque com mísseis russos contra a cidade de Lviv, no oeste da Ucrânia e a cerca de 90 quilômetros da fronteira com a Polônia, deixou pelo menos cinco feridos. Até o momento, a região era relativamente segura, sem ofensiva física. O prefeito da cidade, Andrii Sadovyi afirmou que o ataque foi um recado para o presidente americano, Joe Biden.

As autoridades de Mariupol denunciaram a deportação em massa de médicos e pacientes refugiados no porão de um hospital da cidade, que está sob o cerco de tropas russas.

Tropas russas anunciaram ter tomado a cidade de Slavutych, perto da fronteira com Belarus, onde moram trabalhadores de Chernobyl.

27 de março

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a Rússia deve retirar suas tropas do país antes que qualquer documento seja assinado sobre a não adesão da Ucrânia à Otan.

A Ucrânia ainda controla a região de Kiev, mas teme uma nova ofensiva contra a capital, após o reagrupamento das tropas russas no território de Belarus.

Na região de Kiev, nas últimas 24 horas houve mais de 30 bombardeios de tropas russas contra conjuntos habitacionais e infraestrutura social, segundo a Administração Regional Militar. Desde o início da ofensiva militar russa, foram registrados danos em 34 das 69 comunidades da região. Mais de 500 alvos foram destruídos.

28 de março

O Estado Maior das Forças Armadas da Ucrânia divulgou que cerca de 17 mil militares russos morreram ou ficaram feridos desde o começo da invasão ao país, representando baixas nas tropas de Moscou.

Enquanto isso, mais de 3,8 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia, segundo dados da ONU. Além disso, 6,5 milhões de cidadãos se deslocaram dentro da própria Ucrânia em decorrência da invasão russa.

Negociações seguem na Turquia e chanceler russo disse acreditar em possibilidade de acordo para o fim da guerra. A Rússia se dispõe a permitir que Kiev se junte à União Europeia (UE), desde que o país permaneça militarmente não alinhado.

Quase cinco mil pessoas morreram em Mariupol, segundo prefeitura da cidade ucraniana.

29 de março

Mais uma rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia foi encerrada. Desta vez, o encontro entre as delegações aconteceu na Turquia. Os países fizeram acordo para abertura de corredores humanitários para evacuar parte da população.

A Ucrânia se manifestou disposta a abrir mão de entrada na OTAN e as negociações avançaram para possível conversa entre presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky.

30 de março

Mesmo depois de anunciar redução militar em Kiev e Chernigov, Rússia atacou 64 alvos ucranianos em 24 horas e disse que não houve avanços nas negociações com a Ucrânia.

O número de pessoas que deixaram a Ucrânia passou de 4 milhões, segundo a ONU.

Estados Unidos e União Europeia se reuniram para reforçar sanções ao presidente russo, Vladimir Putin.

31 de março

O porta-voz do governo da Rússia, Dmitry Peskov, negou as informações divulgadas pelos Estados Unidos, que indicam que o presidente da antiga república soviética, Vladimir Putin, estava sendo mal informado sobre o andamento real da chamada "operação militar especial" na Ucrânia.

Russos começam a retirada de Chernobyl, que ocuparam no primeiro dia da invasão russa, em 24 de fevereiro.

Putin disse que vai suspender contratos de gás com países que não pagarem em rublos.

1º de abril

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, visitou Kiev, sem anunciar o motivo da ida à capital ucraniana.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou durante sua visita oficial à Índia, que houve algum progresso nas negociações sobre o status de neutralidade da Ucrânia, incluindo uma reaproximação de posições sobre a situação nas regiões de Donbass. A Ucrânia anunciou nova rodada de negociações com a Rússia por videoconferência.

Depois da retirada dos russos da Usina de Chernobyl, o diretor da fábrica informou que soldados russos podem ter sido contaminados por radiação durante as quatro semanas em que ocuparam e cavaram a usina nuclear.

2 de abril

A Ucrânia negou a autoria de um ataque aéreo a Belgorod, no território russo. Segundo o Ministério de Defesa da Rússia, dois helicópteros supostamente ucranianos atingiram um depósito de combustível na cidade, o que poderia impactar diretamente nas negociações de paz entre os dois países. "Por alguma razão eles dizem que nós fizemos isso, mas de acordo com nossas informações isso não corresponde à realidade", disse o secretário do Conselho de Segurança ucraniano, Oleksiy Danilov.

O papa Francisco dirigiu uma crítica implícita ao presidente russo, Vladimir Putin, em um discurso às autoridades, durante sua viagem a Malta. “Mais uma vez, um poderoso, tristemente apanhado em reivindicações anacrônicas de interesses nacionalistas, está provocando e fomentando conflitos, enquanto as pessoas comuns sentem a necessidade de construir um futuro que será compartilhado ou não será”, disse o pontífice, que não descartou responder positivamente o convite das autoridades ucranianas para visitar Kiev.

A Ucrânia anunciou sete corredores humanitários, para a evacuação de civis de cidades onde estão sendo registrados combates, nas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste do país. O esforço resultou na saída de 2.700 pessoas, mas retirar a população de Mariupol segue sendo um desafio, por questões de segurança.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha informou ter conseguido acesso à cidade de Irpin, no subúrbio oeste da região de Kiev, palco dos principais confrontos no país. A organização entrou na cidade e entregou ajuda humanitária aos cerca de 3,5 mil habitantes que seguem sitiados, segundo um comunicado divulgado no sábado.

3 de abril

A Procuradoria Geral da Ucrânia informou que “410 corpos de civis assassinados” foram retirados dos subúrbios do norte de Kiev, após a saída das tropas russas da região. Em entrevista ao vivo à emissora americana de televisão CBS, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, classificou como "genocídio" as ações das Forças Armadas da Rússia contra o povo que vive em seu país. As imagens, que circularam as redes sociais e foram divulgadas pela imprensa internacional, provocaram a reação de líderes europeus e americanos. O governo da Rússia negou as acusações, alegando que a Ucrânia usa as imagens como "provocações".

4 de abril

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu que Vladimir Putin seja julgado por crimes de guerra. Questionado se considera o que aconteceu em Bucha um genocídio, Biden disse que para ele é um "crime de guerra". "Vocês vão se lembrar que fui criticado por chamar Putin de criminoso de guerra. A verdade é que todos vocês viram o que aconteceu em Bucha. Ele é um criminoso de guerra, mas temos que recolher as informações", ressaltou.

No mesmo dia, a embaixadora dos Estados Unidos junto às Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, anunciou que o país vai buscar a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

5 de abril

Imagens de satélite divulgadas pela empresa americana Maxar Technologies desmontaram a tese russa de “encenação” ucraniana, e provaram que corpos estavam nas ruas de Bucha semanas atrás, quando a cidade ainda era controlada pelas forças russas. O jornal americano New York Times e a agência France Presse fizeram comparações mostrando os corpos nos mesmos locais e posições em que estavam quando os russos controlavam a cidade.

6 de abril

Em resposta ao massacre de Bucha, os Estados Unidos anunciaram sanções às duas filhas do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e a proibição, junto com seus parceiros ocidentais, de novos investimentos em Moscou. As sanções visam as duas filhas de Putin, Maria Vorontsova e Katerina Tikhonova, bem como a esposa e filha do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.

7 de abril

Os países da ONU suspenderam a participação da Rússia no Conselho de Direitos Humanos, em resposta aos supostos abusos que militares russos têm cometido na Ucrânia. Por iniciativa dos Estados Unidos e dos seus aliados, a Assembleia Geral da ONU aprovou a medida com 93 votos a favor, 24 contra e 58 abstenções, incluindo a do Brasil. Em seguida, a Rússia anunciou sua saída voluntária do colegiado. Desde a criação do Conselho de Direitos Humanos, com sede em Genebra, há 16 anos, apenas um outro país havia sido suspenso: a Líbia de Muammar Kadafi, em resposta à repressão de protestos em 2011, embora tenha sido readmitida meses depois.

8 de abril

Um ataque contra a estação de trem de Kramatorsk, na Ucrânia, matou quatro crianças. A informação foi divulgada pelo prefeito da cidade, Alexander Goncharenko, através do Twitter. O líder político local indicou que pelo menos 40 pessoas morreram e havia o registro de 90 feridos, alguns "muito graves", assim como vítimas que perderam braços ou pernas. A ONU considerou o ataque “completamente inaceitável”.

9 de abril

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, substituiu o comandante das operações militares do país na guerra da Ucrânia. Segundo informações da BBC, as tropas passam a ser comandadas pelo general Alexander Dvornikov, que liderou operações na guerra da Síria entre 2015 e 2016. De acordo com fontes russas ouvidas pela emissora, a expectativa é que o novo comandante melhore a coordenação entre os diferentes grupos de tropas na Ucrânia.

10 de abril

Dezenas de corpos de civis ucranianos foram encontradas em uma vila próxima da capital Kiev. Segundo relatos de autoridades locais, os corpos estavam em Buzova, área recentemente desocupada pelas tropas russas. Uma rede de TV local informou a vala seria próxima a um posto de gasolina. Na semana anterior, ao menos 30 corpos de civis já tinham sido encontrados espalhados em Buzova. A cidade fica a 30 quilômetros de Bucha, onde 410 corpos foram encontrados pelas autoridades locais, após a retirada dos russos.

11 de abril

O fundador do Batalhão Azov da Ucrânia, Andriy Biletsky, acusou as tropas russas de usar uma substância química em Mariupol e ferir três pessoas no mesmo dia em que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou sobre isso em seu discurso diário. Em mensagem no Telegram, Biletsky denunciou que a Rússia usou uma substância venenosa de origem desconhecida que foi lançada de um drone sobre a fábrica de Azovstal, em Mariupol.

12 de abril

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou a prisão do político ucraniano pró-Rússia Viktor Medvedchuk, amigo do presidente russo, Vladimir Putin. “Uma operação especial foi realizada graças ao Serviço de Segurança Ucraniano. Bravo!”, escreveu Zelensky em seu canal no Telegram.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, usou pela primeira vez o termo "genocídio" para descrever a guerra na Ucrânia. O comentário ocorreu em um comício no estado de Iowa, quando Biden falava sobre os esforços de seu governo para conter o aumento dos preços da gasolina resultante da guerra na Ucrânia.

13 de abril

O Ministério da Defesa da Rússia disse que 1.026 fuzileiros navais ucranianos - incluindo 162 oficiais e 47 mulheres militares - se renderam no porto sitiado de Mariupol. A Ucrânia negou a informação, afirmando que os últimos defensores da cidade conseguiram unir forças para continuar resistindo à ofensiva russa, que dura mais de um mês.

O conselheiro presidencial ucraniano, Oleksiy Arestovych, disse que "em Mariupol, como resultado de uma manobra arriscada, unidades da 36ª Brigada de Fuzileiros Navais Independentes avançaram para [se juntar] ao regimento Azov".

14 de abril

A nau capitânia russa Moskva afundou, após ser seriamente danificada por mísseis ucranianos. "Os mísseis Neptune que custodiavam o mar Negro causaram danos muito graves ao barco russo", declarou o chefe da administração militar regional de Odessa, Maksym Marchenko, pelo Telegram. A perda de um dos maiores navios de guerra do mundo representa um duro golpe no prestígio militar russo.

A Rússia não reconheceu o ataque, alegando um “intenso incêndio” como causa da detonação de munições na embarcação. Dias depois, os russos informaram que um marinheiro morreu e outros 27 estavam desaparecidos após o afundamento do navio-símbolo da Frota Russa do Mar Negro.

18 de abril

A Rússia deu início a uma "nova fase da guerra", intensificando a investida militar no lado leste da Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou à população de seu país que “começou a grande batalha por Donbass”, em referência à esperada grande ofensiva do Exército russo para controlar todo o leste do território ucraniano.

21 de abril

O ministério da Defesa da Rússia afirmou que tropas do país tomaram o controle de Mariupol, apesar de admitir que ainda existe resistência na siderúrgica de Azovstal. A indústria, onde se escondem cerca de 2 mil militares ucranianos, seria alvo de ataque, mas a ação foi cancelada pelo presidente russo. Para a Ucrânia, essa tentativa de evitar um confronto final com suas forças na cidade é um reconhecimento de que a Rússia não tem forças para derrotá-los.

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