As agendas de eventos dos dois candidatos a presidente dos Estados Unidos revelam as diferenças entre as estratégias de campanha nesta reta final até 3 de novembro, dia da eleição. Ambos devem aparecer em mais eventos e fazer mais viagens pelo país nos próximos dias, mas o cronograma do republicano Donald Trump demonstra que ele tem muito mais pressa.
Nesta segunda-feira, por exemplo, enquanto o presidente participou de três eventos na Pensilvânia, Biden ficou em Delaware, seu estado natal. Na terça-feira, o republicano fará comícios em Wisconsin, Michigan e Nebraska, enquanto Biden viajará para a Geórgia. O democrata planeja visitar seis estados decisivos nesta última semana, e o republicano promete realizar vários comícios em quase uma dúzia de estados – inclusive 11 eventos nas últimos 48 horas de campanha.
O que explica essa agenda lotada de Trump? Acertando ou errando o resultado das eleições, as pesquisas de opinião servem como um termômetro da disputa e norteiam as campanhas dos candidatos. E Trump está atrás de Biden, por ampla margem, em vários estados importantes que garantiram a vitória dele em 2016, como em Michigan e Pensilvânia. Trump acredita que, fazendo uma campanha corpo a corpo, conseguirá animar sua base eleitoral, motivando seus seguidores a votarem nele.
O que explica a postura de Biden? Aqui são dois fatores. Primeiro, a postura dos democratas em relação à pandemia. Biden passou boa parte da campanha eleitoral deste ano em casa, protegendo-se contra o coronavírus – o que virou motivo de chacota por parte de Trump. Ainda que os democratas estejam retomando os eventos presenciais, eles fazem isso com muito mais parcimônia e respeito às recomendações de distanciamento social e uso de máscaras para evitar a propagação do vírus. O comício com o ex-presidente Barack Obama, na semana passada, por exemplo, foi feito no estilo drive-in, com um público notavelmente menor do que os eventos do republicano.
Em segundo lugar, Biden sente que não precisa correr tanto, porque as pesquisas eleitorais nos estados o colocam na liderança. Os democratas acreditam também que o aumento dos casos de Covid-19 no país limita as possibilidades de uma virada do republicano.
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