A Cúpula das Américas teve sua primeira edição em Miami, em 1994, durante a gestão de Bill Clinton como presidente dos Estados Unidos, com o propósito de criar a Alca (Área de Livre Comércio das Américas). Desde então, já houve oito edições, que ocorreram periodicamente, para as quais são convidados 35 chefes de Estado.
Em 2005, na reunião de Mar del Plata, na Argentina, esse objetivo foi definitivamente descartado devido à grande polarização entre os países ditos "bolivarianos" da América Latina e o governo americano de George W. Bush.
Foi durante a cúpula de Québec, no Canadá, em 2001, que se definiu a Carta Democrática Interamericana, que se transformou num recurso de fortalecimento da Organização dos Estados Americanos.
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Na cúpula de Trinidad y Tobago, em 2009, o então presidente dos EUA, Barack Obama, recebeu das mãos do venezuelano Hugo Chávez (1954-2013) um exemplar do livro "As Veias Abertas da América Latina", um ensaio do escritor uruguaio esquerdista Eduardo Galeano.
No encontro de Cartagena de Índias, em 2012, o presidente colombiano Juan Manuel Santos tentou trazer ao encontro o ditador cubano Raúl Castro, numa tentativa de tirar o país do isolamento, mas foi instado pelos EUA a não fazê-lo. Com isso, desistiram os líderes do Equador, Rafael Correa, da Nicarágua, Daniel Ortega, e da Venezuela, Hugo Chávez.
A cúpula de Cartagena também ficou famosa pelo escândalo dos agentes do Serviço Secreto dos EUA, que foram detidos por contratarem serviços de prostitutas locais poucos dias antes do evento começar.
Também causou grande repercussão midiática a ida de Hillary Clinton a uma famosa discoteca do bairro de Getsemani.
Já no Panamá, em 2015, houve o primeiro encontro entre Barack Obama e Raúl Castro, selando uma aproximação entre os dois países, hoje sob ameaça pelo retrocesso iniciado contra essa medida pelo atual mandatário norte-americano, Donald Trump.
2018
Para esta cúpula, em Lima, o país anfitrião "desconvidou" a Venezuela, por conta dos abusos deste país aos direitos humanos e por não respeitar "os princípios democráticos com os quais estão de acordo os outros países participantes", segundo o atual presidente peruano, Martín Vizcarra.
O tema principal desta edição é “governabilidade democrática frente à corrupção”.
Uma representação de opositores à ditadura de Nicolás Maduro, porém, compareceu, chefiada pelo ex-prefeito de Caracas, Antonio Ledezma e pelo líder da Assembleia Nacional, Julio Borges.
Será a primeira vez da história das cúpulas em que um mandatário norte-americano decide não participar -Donald Trump está enviando seu vice-presidente, Mike Pence. Por conta disso, vem recebendo críticas por sua suposta falta de interesse pela região.
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