Às vésperas das eleições presidenciais na Venezuela, a disputa polarizada e acirrada entre Nicolás Maduro e Henrique Capriles instiga-nos a avaliar a melhor opção para o Brasil.

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Em sua campanha presidencial, Nicolás Maduro promete seguir com o ideal revolucionário bolivariano implantado por Hugo Chávez. Políticas populares, incluindo redistribuição de renda e habitações populares, seriam mantidas, constituindo um pilar importante na sua campanha populista.

No que tange à política externa, Maduro deve preservar as boas relações com os países da América Latina, em especial, Cuba, Bolívia e Equador, países que integram a Aliança Bolivariana para as Américas (ALBA), instituída em 2004 por Chávez.

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Desde a entrada da Venezuela no Mercosul, as trocas comerciais entre os países sinalizam aumento constante. Durante todo o governo de Hugo Chávez (1999-2012), as exportações brasileiras para a Venezuela foram quadruplicadas: o volume negociado passou de US$ 1,5 bilhão para US$ 6 bilhões, garantindo à Venezuela o posto de décimo maior parceiro comercial do Brasil. Ademais, com a entrada da Venezuela no Mercosul, as relações entre os países do bloco deverão se intensificar.

Por outro lado, Maduro não tem a mesma força e carisma construídos por Hugo Chávez no âmbito regional. Ainda que a ausência de Chávez não provoque alterações na aliança da esquerda na América Latina, é possível que Rafael Correa, presidente do Equador, ocupe esse papel.

Por sua vez, Henrique Capriles, candidato da oposição, deverá realizar abertura econômica com atração de capitais estrangeiros e empresas estrangeiras, promovendo também a industrialização e incentivo ao setor privado, medidas importantes para diminuir a dívida pública e a inflação. Por outro lado, ele projeta manter os acertos do governo Hugo Chávez, como as políticas sociais – estratégia essencial para angariar votos das classes populares.

Em relação à política externa, Capriles já sinalizou grande interesse em retomar as relações com Europa e EUA, inimigos políticos de Hugo Chávez. Ele poderá ainda rever as relações com os países da América do Sul, esmaecendo a própria Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) e tornando a participação no Mercosul pragmática, com pouco interesse político e ideológico.

A Venezuela é um importante parceiro energético, necessário ao Brasil. Se a oposição obtiver vitória, a aproximação ideológica poderia diminuir em favor das relações econômicas e comerciais – que só tendem a aumentar, já que interessam a ambos os países.

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