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Igreja Católica

O que o papa realmente disse sobre filhos com “orientações sexuais diferentes”

Papa Francisco: não devemos condenar os filhos (Foto: EFE)

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Uma fala do Papa Francisco proferida durante a Audiência Geral desta quarta-feira (26) foi amplamente repercutida pela imprensa e causou polêmica nas redes sociais. Durante uma reflexão sobre os medos que as famílias enfrentam durante a criação dos filhos, o pontífice mencionou os pais que "veem orientações sexuais diferentes nos filhos" e os exortou a refletir sobre "como lidar com isso e acompanhar os filhos", sem adotar um comportamento de condenação.

Refletindo sobre a figura de São José, Francisco afirmou que "muitas vezes a vida nos coloca diante de situações que não entendemos e parecem sem solução. Rezar, nesses momentos, significa deixar que o Senhor nos mostre a coisa certa a ser feita. (…) O medo também faz parte da vida e ele também precisa da nossa oração. (…) José experimenta o medo, mas Deus também o guia através do medo". Em seguida, se dirigiu os pais que se atemorizam diante dos problemas dos filhos, com as seguintes palavras:

"Filhos doentes, com doenças permanentes. Quanta dor ali! Pais que veem orientações sexuais diferentes nos filhos, como lidar com isso e acompanhar os filhos e não se esconder no comportamento de condenação. Pais que veem os filhos morrerem por causa de uma doença, e o mais triste, vemos todos os dias nos jornais, os jovens que fazem travessuras e morrem em acidentes de carro. Pais que veem os filhos não prosseguirem na escola, muitos problemas dos pais. Pensemos em como ajudá-los. A esses pais eu digo que não se espantem. Há muita dor, muita, mas pensem no Senhor, pensem em como José resolveu os problemas e peçam a José que os ajude. Nunca condenar um filho".

Não é a primeira vez que as falas do Pontífice acerca do fenômeno da homossexualidade causam polêmica. Em outubro de 2020, referindo-se ao âmbito pastoral, Francisco pediu que pessoas com orientação homossexual não sejam discriminadas, e que elas têm o direito a estar em uma família. "Não se pode afastar da família ninguém nem fazer a sua vida impossível por isso”, disse o líder da Igreja Católica, na ocasião. A fala foi entendida e replicada como uma equiparação da união entre pessoas do mesmo sexo com o matrimônio católico, o que foi desmentido pelo Vaticano.

Em março do ano passado, a Congregação para a Doutrina da Fé publicou um documento com o aval do Papa Francisco declarando ilícitas as bençãos a uniões homossexuais. “A presença, em tais relações, de elementos positivos, que em si são dignos de ser apreciados e valorizados, não é porém capaz de torná-las honestas e, assim, um destinatário legítimo da bênção eclesial, pois tais elementos se encontram a serviço de uma união não ordenada ao desígnio do Criador”, afirma a nota. Por outro lado, o Vaticano destacou que permite as bênçãos a indivíduos com inclinação homossexual que queiram viver de acordo com a doutrina católica.

De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, "os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados" por serem "contrários à lei natural", "fechando o ato sexual ao dom da vida" e "não podem, em caso algum, ser aprovados". Prossegue o texto: "Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objetivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Deve-se evitar, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição".

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