Depois que Joaquín "El Chapo" Guzmán, um dos chefões das drogas mais notórios do México, foi preso e transferido para os Estados Unidos, as autoridades mexicanas tiveram que voltar sua atenção para outros grandes traficantes de drogas: os filhos dele.
Entre eles está Ovidio Guzmán Lopez, que ajudou a liderar o poderoso cartel de drogas de Sinaloa desde que seu pai foi preso em 2016. Autoridades mexicanas detiveram Ovidio brevemente na quinta-feira, mas acabaram o libertando depois que seus companheiros de cartel tomaram as ruas de Culiacán, capital do estado de Sinaloa, com armas de nível militar. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram caminhões e um ônibus em chamas e corpos caídos na rua.
O presidente Andrés Manuel López Obrador disse na sexta-feira que as forças de segurança libertaram o jovem Guzmán para evitar conflitos com o cartel e "para proteger a vida das pessoas". Um advogado que trabalha para a família Guzmán informou à agência Associated Press (AP) que sua família disse que "Ovidio está vivo e livre".
O tiroteio teria começado quando membros das forças de segurança do México foram alvejados com tiros vindos do interior de uma casa em Culiacán, onde o cartel de Sinaloa mantém uma forte presença. Eles revidaram e encontraram Ovidio dentro da casa. Mas as forças de segurança acabaram sendo derrotadas e libertaram Guzmán para acabar com os combates nas ruas.
Guzmán tem pouco menos de 30 anos e, embora tenha emergido como um importante líder do cartel, ele não é tão conhecido ou poderoso quanto dois de seus irmãos, Iván Archivaldo Guzmán e Jesús Alfredo Guzmán, apelidados de "los Chapitos", informou a AP.
O pai deles liderou o poderoso cartel por décadas e conseguiu fazer duas fugas dramáticas da prisão no México antes de ser transferido para julgamento nos Estados Unidos. A sua fuga mais recente foi de uma prisão mexicana em 2015, através de um elaborado sistema de túneis que chegava ao banheiro da prisão. Mas ele foi preso novamente cerca de seis meses depois, em uma missão complexa liderada por fuzileiros navais mexicanos. Ele está cumprindo uma sentença de prisão perpétua em uma prisão de segurança super-máxima no Colorado.
Ovidio também foi indiciado por um grande júri dos EUA por acusações de que ele e seu irmão Joaquín Guzmán López estavam conspirando para traficar e distribuir cocaína, metanfetamina e maconha nos Estados Unidos. O Departamento de Justiça revelou a acusação em fevereiro, que diz que Guzman também usa os apelidos "El Raton" e "Raton Nuevo".
O irmão acusado neste mesmo processo usa os apelidos "El Güero", "Güero Moreno" e "El Moreno", diz o documento. O termo "güero" é uma gíria mexicana para alguém com cabelo ou pele clara.