A União Europeia chegou a um acordo sobre a imigração no bloco. Um dos objetivos era o de conter o fluxo de pessoas, originárias principalmente do Norte da África e do Oriente Médio. Os países-membros se comprometeram a distribuir os imigrantes que chegam à região, principalmente pelo litoral do Mediterrâneo.
O que foi definido na cúpula?
Os líderes da União Europeia aceitaram ajudar os países que se encontram nas fronteiras do continente, sobretudo a Itália, através da redistribuição de parte dos imigrantes resgatados no Mediterrâneo - desde que eles sejam detidos.
Em paralelo, a UE disse que vai criar centros de recepção nos países do norte da África, onde a maioria dos imigrantes resgatados no mar seria enviada de volta. Os centros, chamados de "plataformas de desembarque", serão administrados em conjunto com agências das Nações Unidas, que vão garantir a segurança deles enquanto aguardam a repatriação ou o reassentamento para os países europeus.
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O esforço visa reduzir o fluxo de imigrantes no continente, que tem impulsionado o surgimento e fortalecimento de partidos populistas, sobretudo na Alemanha, em que a chanceler Angela Merkel tem sofrido forte pressão.O primeiro-ministro da Áustria, Sebastian Kurz, foi um dos primeiros a oferecer seu território para receber migrantes que chegam pela Itália e pela Grécia.
O que ainda falta decidir?
O principal ponto a definir é como a União Europeia irá distribuir os refugiados entre os estados-membros e como irá lidar nos casos em que os pedidos de asilo forem rejeitados. A União Europeia pretende procurar voluntários para sediar os centros de recepção. Aqueles que forem ser implantados fora do continente irão requerer delicadas negociações com países africanos, que, a princípio, não manifestaram interesse em sediar essas unidades.
O acordo estabeleceu um consenso sobre a questão migratória?
Não. Dentro do bloco, ainda persistem divisões profundas permanecem entre aqueles com uma postura relativamente liberal em relação à migração, como Merkel ou o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez, e líderes como o húngaro Viktor Orban, que disse que "a invasão (de migrantes) precisa ser parada".
Como está o fluxo de migrantes para a Europa?
Líderes antimigração na Áustria, Hungria, Polônia e Itália apontavam que estava uma "invasão" de migrantes, mesmo com a forte queda no número de migrantes vindos do Norte da África e da Europa. No primeiro semestre, cerca de 54 mil migrantes chegaram à Europa. É uma queda de 94% em relação a período similar em 2015.
A Europa freiou o fluxo, em parte, ao impulsionar a cooperação com a Líbia, um importante ponto de partida para migrantes, e implantando a guarda costeira desse país. Ela é responsável por patrulha o Mediterrâneo e regularmente intercepta embarcações com destino à Europa. A União Européia afirmou que aumentará seu apoio à guarda costeira da Líbia. Outras embarcações no Mediterrâneo, disse a UE, não devem obstruir as operações da guarda costeira da Líbia.
Quem são os vencedores do acordo?
Um deles, é a chanceler alemã Angela Merkel. O acordo surpresa da Europa sobre a migração lhe dá um alívio para enfrentar a rebelião em sua coalizão governamental, que se manifestava contrária à sua política migratória.
Os populistas europeus, representados pelo primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte. Ele negociou um pacote de medidas em sua primeira cúpula da União Europeia para conter o fluxo de migrantes e possibilitar a distribuição dos que chegam entre os países membros.
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