Reportagem da edição desta quarta-feira do "Wall Street Journal" afirma que a prisão dos 17 suspeitos de terrorismo no Canadá na sexta-feira e no sábado passado foi possível graças à prisão, em outubro do ano passado, de um ativista online em Londres, que se apresentava na internet sob o apelido de Irhabi 007. "Irhabi", em árabe, significa "terrorista", e 007 deve ser alusão ao espião James Bond, criado pelo romancista Ian Fleming.

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O suspeito, Younis Tsouli, está preso sob acusações de conspiração para assassinatos e financiamento de terrorismo, entre outras, diz o "Journal". Ele pode ter tomado parte num plano para atacar a capital dos Estados Unidos.

Investigadores ouvidos pelo jornal dizem que há provas de que ele se comunicava com a chamada "célula de Toronto" e com uma em Atlanta. Ele deve ter incentivado muçulmanos canadenses e americanos no sentido de atacarem alvos e pessoas no Canadá e nos Estados Unidos, segundo investigadores de contraterrorismo familiarizados com a investigação.

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O que o caso mostra é que pode ter surgido uma nova geração de terroristas, muçulmanos, sim, mas não necessariamente ligados à Al-Qaeda de Osama bin Laden e financiados por ela. Eles foram atirados ao ativismo e à pregação terrorista pela internet, em salas de bate-papo de radicais islâmicos. Irhabi 007 é um hacker e um Web designer. Ele e os demais em Toronto tratavam de idéias, não de treinamentos ou financiamento.

A polícia federal americana acredita que ele teve papel central na distribuição de vídeos de atos de terrorismo e barbárie, como aqueles em que reféns estrangeiros no Iraque foram decapitados.

Quando Irhabi 007 foi preso, a Scotland Yard encontrou em sua casa uma apresentação no estilo PowerPoint mostrando como montar um carro-bomba, diversos manuais de como fabricar explosivos e um vídeo de monumentos de Washington. Investigadores acreditam que o vídeo foi feito por câmera de segurança e obtido pelos dois suspeitos de terrorismo detidos em Atlanta em março deste ano.