O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, advertiu nesta sexta-feira (14) que a "justiça chegará para aqueles que causarem danos aos americanos", após reconhecer que assistiu a "imagens muito duras" dos protestos em embaixadas americanas em todo o mundo. Na cerimônia de recepção dos restos mortais do embaixador do país na Líbia, Chris Stevens, e dos outros três americanos assassinados em Benghazi na terça-feira, Obama prometeu que seu país "se manterá firme diante da violência em nossas missões diplomáticas".
O líder, que falou com a secretária de Estado Hillary Clinton da base aérea de Andrews, em Maryland, lembrou que, diante dos massivos protestos suscitados no mundo todo por um vídeo antimuçulmano, os governos devem respeitar sua "obrigação" de proteger os funcionários diplomáticos americanos.
Os quatro falecidos na Líbia "encarnavam o ideal americano, de que podemos deixar as coisas um pouco melhores do que estavam" e mostraram ao mundo que "não apenas nossos interesses nos preocupam, mas também os seus", pronunciou Obama. "Os Estados Unidos nunca retirarão sua presença dos países do mundo", afirmou. "Nunca deixaremos de trabalhar pela dignidade e a liberdade que cada pessoa merece, sem importar seu credo", acrescentou.
O presidente assegurou que perante as "duras imagens" que chegaram nesta sexta-feira de todo o mundo, ele lembra de um homem que saiu às ruas com um cartaz que dizia "Chris Stevens foi um amigo para todos os líbios". Por sua vez, Hillary Clinton insistiu para que os governos do mundo muçulmano controlem as revoltas, ao dizer que os países da Primavera Árabe "não trocaram a tirania de um ditador pela tirania de uma multidão violenta".
"As pessoas responsáveis e os líderes responsáveis nesses países precisam fazer tudo que puderem para restaurar a segurança e trazer à justiça aqueles que estão por trás desses atos violentos", discursou a secretária de Estado.
Os restos mortais de Stevens e dos outros três mortos na Líbia, o funcionário Sean Smith e os ex-militares Tyrone Woods e Glen Doherty, foram transferidos por militares do avião a carros fúnebres diante de Obama, Hillary, o vice-presidente Joseph Biden e o secretário de Defesa, Leon Panetta, entre outros funcionários.
"Não vamos perder de vista o fato fundamental de que temos que continuar seu trabalho", disse Hillary em referência aos mortos. "Enxugaremos nossas lágrimas e enfrentaremos o futuro juntos, como sempre fizeram Chris, Sean, Tyrone e Glen".
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