Civis sírios atravessam ilegalmente a fronteira com a Turquia para escapar do conflito entre Bashar Assad e os rebeldes| Foto: Molhem Barakat/Reuters

Números

No Congresso americano, veja quem apoia e quem não apoia uma ação militar dos EUA na Síria:

Senado: (100 senadores)

Democratas: (52 senadores)

apoiam: 17não apoiam: 7 indecisos: 28

Republicanos: (46 senadores)

apoiam: 7não apoiam: 16indecisos: 23

Independentes: (dois senadores) ainda não decidiram

Câmara: (433 deputados; há duas cadeiras vagas)

Democratas: (200 deputados)

apoiam: 17não apoiam: 30indecisos: 148não se manifestaram: 5

Republicanos: (233 deputados)

apoiam: 8não apoiam: 118indecisos: 104não se manifestaram: 3

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Comissão

No dia 4, a Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou (10 votos a favor, 7 contra e uma abstenção) resolução cujo texto foi acordado entre republicanos e democratas. O texto autoriza ataques por 60 dias, prorrogáveis por mais 30, mas veta combate em terra. O plenário vai votar a resolução amanhã.

Câmara

A resolução terá de passar pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara (46 integrantes, 25 deles republicanos) e depois ir ao plenário. Não há data definida ainda para isso ocorrer. Em tese, Obama não precisa da chancela dos congressistas, mas a aprovação será também um aval político.

Independente

Obama chegou a dizer, na semana passada, que não importa o que o Congresso defina, cabe a ele, o presidente, decidir se a ofensiva contra a Síria vai ou não acontecer. Isso significa que Obama pode ordenar um ataque mesmo sem ter a aprovação dos parlamentares.

A oferta

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, falou ontem sobre a oferta da Rússia de trabalhar com a Síria para colocar o arsenal químico sírio sob controle internacional. "Você tem que considerá-la [a oferta] com ceticismo", disse o presidente em entrevista ao programa NBC Nightly News. "Isso representa um desdobramento potencialmente positivo", afirmou ele, acrescentando que o secretário de Estado, John Kerry, vai avaliar com a Rússia quão séria é a oferta.

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1.429 pessoas morreram, sendo 426 crianças, por causa de gás venenoso na Síria, segundo relatório dos EUA.

O presidente Barack Obama aceitou ontem uma alternativa para a ação militar contra a Síria, caso o regime de Bashar Assad entregue suas armas químicas para a comunidade internacional.

Segundo ele, a hipótese é algo "potencialmente positivo", que poderá significar um "avanço".

É provável que a votação da autorização para um ataque à Síria, prevista para ocorrer hoje no Senado americano, seja adiada.

A declaração veio após uma sequência inesperada de eventos deflagrada pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, durante visita a Londres.

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Kerry afirmou que, se Assad entregar suas armas químicas dentro de uma semana à comunidade internacional, os EUA não mais atacarão o país árabe.

A frase saiu em resposta a uma pergunta sobre se haveria alguma possibilidade de os EUA recuarem.

"Claro, ele [Assad] poderia entregar cada uma de todas suas armas químicas para a comunidade internacional na próxima semana. Tudo, sem atraso, e permitir que se faça a contabilidade total", disse o secretário.

Pouco depois, o chanceler russo, Sergei Lavrov, declarou então que a Rússia pediria aos sírios que coloquem seu arsenal sob controle internacional. A afirmação foi dada ao lado do ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallem, que elogiou a declaração russa.

"A República Árabe Síria recebe bem a iniciativa russa, motivada pelas preocupações com as vidas dos nossos cidadãos e com a segurança do nosso país, e também pela nossa confiança na sabedoria da liderança russa", disse o sírio.

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O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, pegou carona e declarou que pode pedir, por meio do Conselho de Segurança, que a Síria transfira suas armas químicas para um local onde possa ser guardado e destruído.

Em entrevista à CNN, Obama afirmou que vai estudar a proposta, apesar de demonstrar certo ceticismo.

"É possível que tenhamos um avanço, mas terá de ser acompanhado de perto. Não queremos que seja apenas uma tática que alivie a pressão que eles [o regime Assad] sofrem neste momento", declarou.

Assad conversa com jornalista dos EUA

Agência Estado

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Em uma entrevista ao jornalista Charlie Rose, que seria exibida ontem à noite pela PBS, a tevê pública dos EUA, Bashar Assad negou responsabilidade e acusou o governo de Obama de espalhar mentiras sem fornecer um "único fragmento de evidência", e advertiu que ataques aéreos contra sua nação podem levar a retaliação.

Rose é um dos entrevistadores mais respeitados dos EUA e viajou até Damasco para a conversa com o presidente sírio que, nas palavras do americano, "parecia calmo".

"Vocês devem esperar tudo. O governo não é o único agente nesta região. Você tem diferentes partidos, diferentes facções, diferentes ideologias. Você tem tudo nesta decisão agora", disse Assad.

O presidente Barack Obama, por sua vez, deu ontem uma série de entrevistas a redes de tevê dos EUA e, hoje, falará à nação às 22 horas (horário de Brasília).

Os EUA acusam o governo de Assad de estar por trás do ataque com o uso de gás sarin no subúrbio de Damasco em 21 de agosto, matando 1.429 pessoas.

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Outras estimativas de mor­­­tes são menores, mas é consenso que armas químicas foram usadas.

Pesquisas divulgadas ontem mostram que a maioria dos norte-americanos não aprova um ataque à Síria. Grande parte dos entrevistados disse que acredita que mesmo ataques limitados poderiam levar a um compromisso militar de longo prazo.