O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou nesta sexta-feira (12) que o Ocidente será forçado a "impor custos" à Rússia caso o país não pare de apoiar separatistas na Crimeia.
A região de maioria étnica russa fará no domingo (16) um referendo em que deve aprovar sua separação da Ucrânia e a junção com Moscou.
Obama se reuniu com o primeiro-ministro interino ucraniano, Arseni Yatseniuk, na Casa Branca e disse a jornalistas, com o premiê sentado ao seu lado, que os EUA "vão ficar do lado da Ucrânia".
"Caso o referendo ocorra, os EUA rejeitarão completamente seus resultados", afirmou Obama, dizendo ainda que outros países seriam forçados a aplicar sanções à Rússia por violar o direito internacional.
Os EUA têm repetido nos últimos dias que apoiam a legitimidade do governo de Yatseniuk, que assumiu o poder após três meses de protestos populares que terminaram com a queda do presidente pró-russo Viktor Yanukovich.
A atitude contrasta com a da Rússia, para quem o que tirou Yanukovich do poder foi "um golpe de Estado".
O referendo na Crimeia recebeu o apoio do Parlamento russo, afirmando que reconheceria a anexação ao país.
A região abriga a base militar de Sebastopol, uma das principais de Moscou no Mar Negro.
Yatseniuk também se reuniu em Washington com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, em busca de um empréstimo para sanar a grave crise econômica que o país enfrenta.G7
Ainda nesta quarta, o G7 havia informado que também não reconhecerá o resultado do referendo sobre a anexação da Crimeia.
Para o grupo, Moscou pressiona para que a região autônoma deixe a Ucrânia, cujo atual governo é apoiado pelo Ocidente.
Em comunicado divulgado pela Casa Branca, EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão e Canadá pedem que a Rússia "pare todos os esforços para a mudança de status da Crimeia", sob a ameaça de sanções.
Para o G7, o referendo "não teria força moral" devido à presença de soldados russos na região autônoma e não tem efeito legal, já que viola acordos internacionais.
O grupo ameaçou tomar ações "individuais e coletivas" caso a Crimeia seja anexada ao território russo. Os líderes ainda pediram que sejam retiradas as tropas da região e que Moscou comece a negociar com o novo governo ucraniano.
As autoridades da Crimeia anunciaram nesta quarta o fechamento do espaço aéreo para aviões ucranianos até o dia 18. Todos os voos entre Kiev e aeroportos da península foram cancelados. Foram mantidos apenas os voos vindos da Rússia.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião