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Obama anuncia data para o fim da Guerra do Iraque

Placa representando o mapa dos EUA homenageia soldados mortos na Guerra do Iraque, em Arlington. A foto é de 2006, quando o número de militares mortos chegou a 3 mil | Max Morse/Reuters
Placa representando o mapa dos EUA homenageia soldados mortos na Guerra do Iraque, em Arlington. A foto é de 2006, quando o número de militares mortos chegou a 3 mil (Foto: Max Morse/Reuters)

Depois de 3.209 dias, pelo menos 103 mil civis iraquianos mortos, 4.482 baixas militares americanas e mais de US$ 1 trilhão gasto, a Guerra do Iraque chegará ao fim em 31 de dezembro deste ano.Segundo o presidente Barack Obama, até a data todos os soldados retornarão. Não sobrará ne­­nhuma força residual em solo ira­­quiano, exceto as que patrulham a embaixada em Bagdá.

"Nos próximos dois meses, nossos soldados farão as malas. O último soldado americano cruzará a fronteira de cabeça erguida", declarou Obama. "É assim que os esforços militares dos Estados Unidos no Ira­­que terminarão".

O anúncio, embora siga um cronograma de 2008, tem enorme carga simbólica ao pôr fim a um conflito que, ao longo da dé­­cada, chegou a ser comparado ao do Vietnã, dada a fadiga de uma guerra custosa em vidas, em dólares e em capital político. O ditador Saddam Hussein foi deposto em três semanas e capturado em nove meses, mas o cenário em cam­­po se revelou muito mais complexo do que previam os EUA.

Ao longo de oito anos, o apoio ao conflito caiu vertiginosamente entre a população americana, conforme subiam as baixas e di­­minuía a clareza das razões que le­­varam Washington a iniciar o conflito em março de 2003.

A data ratificada por Obama ontem está no acordo fechado com Bagdá em 2008, sob George W. Bush. Foi enfatizada pelo de­­mocrata há um ano, quando os últimos combatentes dos EUA saí­­ram do Iraque, deixando só tropas para treinar e dar apoio logístico aos militares locais.

Ainda assim, alguns militares, analistas políticos e legisladores esperavam que ele reavaliasse a retirada e deixasse no país uma força residual de até 20 mil soldados.

Porta aberta

Hoje, há 38 mil militares americanos no país – menos de um quarto do que havia no país no auge do esforço de guer­­ra, em 2007. "Sem os soldados americanos, o Iraque não está condenado à escuridão, mas sua chance de redenção diminuiu visivelmente", escreveu Kenneth Pollack, diretor do departamento de Oriente Mé­­dio no centro de Estudos Bro­­okings e um dos principais es­­tudiosos do Iraque.

Pollack era um dos que de­­fendiam a manutenção de ao menos 10 mil soldados, alertando para o risco de recrudescimento dos conflitos sectários entre árabes xiitas, árabes sunitas e curdos que produziam atentados quase diários em 2006 e 2007, antes do au­­mento de contingente chamado de "surge".

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