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Corrida presidencial

Governador do Texas estreia em debate

Quando Barack Obama apresentar seu plano para criar empregos na noite de hoje, suas propostas – ao menos, o arcabouço delas – já terão sido esmiuçadas por oito pré-candidatos republicanos que, com a disputa embolada, revezam-se para ver quem critica mais o presidente.

Em corrida eleitoral que começou adiantada, a oposição promoveria na noite de ontem seu terceiro debate. O primeiro, porém, a ter a presença anunciada do novo favorito, Rick Perry – o governador do Texas foi o último republicano a declarar intenção de concorrer.

A maioria das pesquisas o coloca à frente de Mitt Romney, o ex-governador de Massachusetts que vinha liderando a disputa até agosto e que se esforça para deixar de ser identificado como moderado – um rótulo que, ante a polarização do eleitorado, tem feito pouco sucesso.

Em alguns levantamentos, a vantagem do texano chega a 19 pontos, 36% a 17%.

Em terceiro, quase sempre figura a ultraconservadora deputada por Minnesota Michele Bachmann, do Tea Party, seguida pelo deputado texano Ron Paul, libertário.

Tão eloquente quanto simplista, Bachmann foi considerada a campeã dos dois primeiros debates.

Perry é pouco experiente em debates, e, por estar em sua estreia, é natural que fosse o alvo preferencial dos demais. A seu favor, o ex-governador de Massachusetts tem a preparação mais alentada.

Na terça, ele lançou seu próprio plano de empregos: 60 páginas com 50 ideias, como a criação da "Zona de Livre Comércio Ronald Reagan".

Erich Schlegel/Getty Images/AFP

O governador do Texas, Rick Perry, é o novo favorito entre os republicanos à disputa presidencial

Folhapress

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, usará hoje sua última bala de prata para estimular a economia do país, reduzir o desemprego e, consequentemente, assegurar sua reeleição em 2012. Em sessão conjunta do Congresso, Obama tentará cativar a ala radical republicana com medidas como a concessão de US$ 300 bilhões em créditos tributários a setores produtivos, a prorrogação da alíquota reduzida do imposto sobre a folha de pagamentos e o financiamento de obras de infraestrutura por meio de cortes adicionais nos gastos públicos.

A expectativa é que as medidas fiscais sejam completadas por iniciativas de política monetária pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). No próximo dia 21, o Fed decidirá sobre a adoção de uma terceira etapa de compra de títulos do Tesouro de longo prazo, desta vez com o pagamento em papéis de curto prazo.

Ontem, na publicação chamada de Livro Bege, que avalia a economia do país, o Fed ressaltou o ritmo lento da atividade entre meados de julho e o final de agosto. Em algumas regiões, além do setor imobiliário ainda fraco, a indústria desacelerou, e houve impactos do furacão Irene.

Desemprego

Os EUA enfrentam uma taxa de desemprego de 9,1%, equivalente a 14 milhões de trabalhadores, mais um total de 2,6 milhões de pessoas à margem do mercado de trabalho. A proposta de Obama é considerada em Washington como mais propensa à aprovação, ao contrário do que ocorreu com seu plano de redução da dívida pública. Primeiro, porque a Casa Branca foi astuta ao incluir medidas já aprovadas pela oposição em ocasiões anteriores. Também pesa a pressão popular por uma atitude mais responsável do Congresso na área econômica.

Os líderes republicanos na Câmara dos Deputados indicaram uma boa recepção às sugestões de Obama. Esta será a sexta vez que um presidente norte-americano discursa em uma sessão conjunta do Senado e da Câmara desde 1990. Com a desaprovação de 60% dos americanos a seu desempenho na área econômica, segundo pesquisa de opinião do Washing­ton Post e da ABC News, Obama depende do sucesso de seu plano para ser reeleito.

O plano de Obama estará centrado no conceito keynesiano de geração massiva de empregos por meio de obras públicas. A Casa Branca pretende criar um banco de infraestrutura para prover os recursos necessários, incentivar a participação privada nos projetos e aumentar os gastos orçamentários. O alvos serão escolas, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, geração de energia e expansão da rede de internet. As obras são avaliadas como essenciais para aumentar a competitividade da economia.

Somada à extensão do prazo do seguro-desemprego, a prorrogação por mais um ano da redução de 6,2% para 4,2% na parcela do trabalhador da Previdência Social deverá custar US$ 170 milhões por ano aos cofres públicos. Obama pretende ampliar esse benefício fiscal também para a parcela das empresas sobre a folha de pagamentos, para contentar a oposição e incentivar novas contratações. Nas contas da Moody's, a supressão dessa vantagem aos trabalhadores poderia custar 0,5 ponto porcentual do produto interno bruto (PIB).

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