O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou neste sábado novas medidas de seu governo para conter o comércio de marfim, entre as quais está a proibição da venda entre diferentes estados dos EUA.
“Estamos propondo uma nova medida que proíbe virtualmente a venda de todo o marfim em nível interestadual”, assinalou Obama em entrevista coletiva durante sua visita oficial ao Quênia.
A nova regulação proposta pela Agência de Pesca e Vida Selvagem dos EUA proíbe a venda entre estados de marfim de elefantes africanos e aumenta as restrições para a exportação.
No entanto, mantém algumas exceções para as vendas dentro do mesmo estado e de objetos, como instrumentos, móveis e armas de fogo, que contenham menos de 200 gramas de marfim.
O objetivo é dificultar ainda mais as operações dos caçadores ilegais na África, que comercializam marfim nos mercados americano e asiático.
Atualmente, e apesar das restrições já existentes, os EUA são o segundo maior mercado de marfim do mundo, atrás somente da China.
“Aumentando os controles domésticos no comércio de marfim de elefante e permitindo poucas exceções, fecharemos as atuais vias exploradas pelos traficantes e enfrentaremos o comércio de marfim, que representa uma ameaça aos elefantes selvagens”, assinalou Dan Ashe, diretor da agência estatal, em comunicado.
Na África, cem mil elefantes foram mortos para a extração do marfim entre 2010 e 2012, indicou a nota, que estimou que o comércio global movimente entre US$ 8 bilhões e US$ 9 bilhões por ano.
As ONGs de proteção ambiental deram as boas-vindas ao anúncio do governo americano.
Ginette Hemley, vice-presidente do Programa de Conservação de Vida Silvestre da World Wildlife Fund (WWF), qualificou a decisão dos EUA de “outro forte sinal de que o terrível massacre de elefantes não será tolerado, nem as organizações criminosas globais que se beneficiam dela”.
“A restrição à venda de marfim é um passo fundamental para acabar com as brechas legais que permitem que o marfim obtido por meio da caça ilegal seja vendido abertamente nos mercados dos Estados Unidos”, acrescentou.
No entanto, destacou que “ainda há muito a fazer, já que as povoações de elefantes na África estão diminuindo e a resposta dos Estados Unidos deveria igual à magnitude desta crise”.