O scanner de corpo inteiro em teste no aeroporto de Manchester, na Inglaterra, e o que ele “enxerga”: críticas à invasão de privacidade| Foto: Paul Ellis/AFP

Depoimento

Malas abertas e revista antes de voo para os Estados Unidos

Sandra Doss, jornalista e professora

Voei no último dia 3 de Curitiba para West Bend, no estado americano do Wisconsin. Em São Paulo, confiscaram meu álcool gel. Antes podíamos passar com líquidos de até 30 ml, mas disseram que gel de tamanho nenhum está sendo aceito agora. As perguntas foram as de sempre: quem fez as malas, onde, com quem ficaram as malas, se ficaram sozinhas, se estávamos carregando alguma coisa a pedido de alguém etc. Nada de novo.

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UE dividida quanto a scanner

Os países da União Europeia se mostravam bastante divididos, ontem, sobre a necessidade de se instalar scanners de corpo inteiro em aeroportos do continente, depois que a Itália se uniu aos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Holanda na adoção do equipamento. Outros membros do bloco minimizaram a necessidade de haver novas medidas de segurança.

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Abdulmutallab: radicalismo
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O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou ontem uma série de mudanças para fortalecer o sistema de segurança do país após a tentativa de ataque a um voo americano rumo a Detroit no Natal. Sem culpar funcionários em particular ou agências específicas do governo, Obama afirmou que a primeira linha de defesa do país é sua Inteligência e que é preciso melhorá-la. O presidente chamou para si a responsabilidade sobre as falhas no sistema de segurança.

"Estamos em guerra", afirmou Obama ao explicar a necessidade de mudanças. Ele anunciou quatro medidas: a primeira é a atribuição de responsabilidade específica pela investigação de pis­­tas, que, segundo o presidente, pre­­ci­­sam ser investigadas todo o tempo.

A segunda medida foi a distribuição mais ágil de relatórios en­­tre as agências do governo. "Não podemos sentar em cima de informação que protege o povo americano’’, disse.

O presidente afirmou também que será feita uma revisão do processo de análise de informações. Após se reunir com a cúpula do governo, Obama já havia anunciado nesta semana que a falha no sistema de informação não ocorreu na coleta de informações, e sim na análise de dados. O sistema de Inteligência não conseguiu "ligar os pontos" a tempo para identificar o risco representado pelo nigeriano Umar Farouk Ab­­dulmutallab antes que ele embarcasse em Amsterdã.

A quarta medida é uma revisão no critério de inclusão de nomes na lista de passageiros que não podem viajar para os EUA. Desde o Natal, centenas de nomes já fo­­ram incluídos. O presidente ordenou ainda que informações referentes à situação dos vistos desses suspeitos sejam incluídas.

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Sem demissões

Após o discurso de terça-feira de Obama, a oposição cobrou o anún­­cio de demissões no governo, di­­zendo que se a situação é tão ruim quanto o governo apresenta, al­­guém precisa perder o em­­prego.

Mas Obama insiste que o caso não foi culpa de pessoas ou agências em específico. "Quando o sistema falha, a responsabilidade é minha.’’

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Mais segurança

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Fonte: Folhapress

Como funcionam os scanners de corpo inteiro:

1 - Sem sapatos e com bolsos vazios, o passageiro entra na máquina e levanta os braços.

2 - O scanner emite ondas de rádio ou raios-x de baixa intensidade (dependendo da máquina) que passam através de roupas e mostram objetos contra a pele.

3 - Funcionário a distância analisa a imagem e avisa por rádio ao que está junto ao passageiro se este está liberado ou se há problemas.

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- O processo leva de 10 a 40 segundos dependendo da tecnologia usada.

- O software escurece o rosto ou reduz a definição da imagem o suficiente para proteger a privacidade do passageiro enquanto revela objetos.

- Fabricantes afirmam que imagens não podem ser impressas, salvas ou transmitidas; a máquina as apaga automaticamente.

- Quem se recusar a passar pelo scanner será alvo de revista corporal mais minuciosa.