O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou ontem a renúncia do secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, e disse que o funcionário realizou um trabalho "exemplar" durante seus quase dois anos à frente do Pentágono.
Obama fez um pronunciamento na Casa Branca e afirmou que, após várias semanas de conversas, ele e Hagel concordaram que é o "momento apropriado" para que deixe o Pentágono, onde permanecerá até que seu sucessor seja nomeado.
As tensões com altos assessores da Casa Branca, em particular sobre a estratégia para combater o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) e em relação à Síria, provocaram a saída de Hagel, um ex-senador republicano. Hagel estava ao lado de Obama e do vice-presidente Joseph Biden na audiência na Casa Branca.
A renúncia de Hagel é a primeira no governo de Obama após a derrota dos democratas nas eleições legislativas de 4 de novembro, nas quais os republicanos assumiram o controle total do Congresso.
Durante seu pronunciamento, Obama lembrou o passado de Hagel como veterano da Guerra do Vietnã, algo que o fez "entender" e preocupar-se com os militares americanos "como poucos".
Embora publicamente a Casa Branca insista que a saída de Hagel tenha sido uma decisão tomada de mútuo acordo com o presidente, funcionários disseram à imprensa sob condição de anonimato que Obama procura uma mudança de estratégia em sua política de Defesa e acredita que o ex-senador não é a pessoa mais adequada para realizá-la.
Por sua parte, Hagel explicou que apresentou sua carta de renúncia a Obama e que dirigir o Departamento de Defesa desde fevereiro de 2013 foi "o maior privilégio" de sua vida.
"Continuarei dando meu apoio, senhor presidente", disse a Obama ao destacar, além disso, a "extraordinária liderança" do líder e do vice-presidente Biden.
Hagel chegou ao Pentágono no início do ano passado para tramitar a retirada das t teve de enfrentar a ascensãropas americanas do Afeganistão e o corte do orçamento governamental para Defesa, mas durante seu mandatoo do EI como ameaça global e a crise com a Rússia pelo conflito na Ucrânia.
Sua renúncia acontece, além disso, quando acaba de ser revelado que Obama assinou recentemente uma ordem autorizando a extensão do papel das tropas americanas no Afeganistão em 2015 e pela qual poderiam envolver-se em operações de combate.
Hagel foi um grande crítico de George W. Bush durante sua presidência e da Guerra do Iraque, algo que contribuiu para sua amizade com Obama quando ambos eram senadores.
Senador republicano por Nebraska entre 1996 e 2008, deixou a política para ser professor na Universidade de Georgetown e antes de chegar ao Pentágono era presidente do Atlantic Council, um centro de estudos especializado em segurança e defesa.