O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, atacou a Suprema Corte dos EUA neste sábado (23), afirmando que a decisão sobre doações de empresas a campanhas políticas tomada pelo tribunal nesta semana "ataca a democracia".
O alvo da crítica de Obama é a decisão, por 5 votos a 4, dos juízes da corte na quinta-feira de remover os limites de financiamento das campanhas e permitir que as empresas gastem quanto quiserem em campanhas para presidente e para vagas no Congresso.
Na decisão, a maioria conservadora do tribunal afirmou que as restrições violam os direitos das empresas à liberdade de expressão.
A sentença da corte deve provocar um grande fluxo de recursos nas campanhas para a eleição deste ano para o Congresso. Os democratas, colegas de partido de Obama, devem enfrentar dificuldades de manter o controle do Congresso em meio ao descontentamento dos eleitores com o alto desemprego, déficit recorde e outras questões.
"Essa decisão abre os portões para uma quantidade ilimitada de dinheiro vindo de interesses especiais em nossa democracia", disse Obama em seu discurso semanal no rádio e na Internet.
"Dá aos lobistas nova capacidade de gastar milhões em campanhas para persuadir autoridades eleitas a votarem da maneira que eles desejam - ou para punir aqueles que não o fizerem. Essa decisão ataca a própria democracia", disse Obama.
No ciclo eleitoral de 2008, quase 6 bilhões de dólares foram gastos em todas as campanhas para eleições federais, incluindo mais de 1 bilhão de dólares vindos de comitês corporativos de ação política, associações comerciais, executivos e lobistas.
Os democratas temem que grande parte dos recursos corporativos destinados a campanhas eleitorais tenha os republicanos, tradicionais aliados do empresariado, como destino.
Caso os republicanos consigam o controle da Câmara dos Representantes ou do Senado nas eleições de novembro, poderão impedir a aprovação de importantes medidas políticas de Obama no Congresso.
O presidente do Partido Republicano, Michael Steele, elogiou a decisão da corte e afirmou que a liberdade de expressão fortalece a democracia.
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