O presidente Barack Obama está tentando fazer um jogo triplo nesta semana em que foi impossível a seus predecessores nas últimas duas décadas: progredir simultaneamente em relação aos problemas mais violentos do Oriente Médio a paz israelo-palestina, o Iraque e o Irã na esperança de criar um ciclo virtuoso numa região predisposta a espirais descendentes.
A História grita que ele não tem muitas chances de sucesso. A Casa Branca, querendo mostrar progressos reais na política externa enquanto Obama se debate com diversos desafios internos, alega que o presidente conseguiu mudar o clima político nos três campos, e que ele tem a maior probabilidade dos últimos anos de obter resultados positivos.
O problema é que não há garantias em nenhum dos fronts. "É difícil garantir que o progresso das negociações de paz irá resolver a complicada tradição política do Iraque, ou forçar o Irã a reconsiderar seu programa nuclear", disse Martin S. Indyk, que serviu como embaixador dos EUA em Israel. "Mas pode-se dizer que o sucesso ajudaria a isolar o Irã, e a liderança deles na região ficaria comprometida. O risco que Obama corre é que um fracasso diminuiria sua credibilidade."
É no Iraque que Obama alega já ter tido algum sucesso. Apesar de os políticos iraquianos ainda não terem chegado a um acordo após seis meses da eleição e insurgentes terem feitos ataques de retaliação, a violência como um todo caiu, e a retirada de tropas ocorreu algumas semanas antes do previsto.
Em relação ao Irã, Obama chegou ao governo sem perspectivas de conseguir novas sanções contra o programa nuclear. Levou 17 meses para convencer o Conselho de Segurança de que elas eram necessárias, e conseguiu passar medidas duras ao governo de Teerã.
Mas poucos creem que essa "dor" irá fazer o Irã desistir de seu programa nuclear, e muitos acreditam que o país irá tentar obstruir as negociações entre Israel e os palestinos.
Mesmo assim, seus conselheiros dizem que as condições nunca foram tão boas: os ataques a Israel diminuíram e o governo de Mahmoud Abbas trouxe infraestrutura e vida melhor à Cisjordânia.
A vantagem é que a maioria em Israel e entre os palestinos quer a solução de dois Estados apesar de muitos analistas duvidarem de que ambos os lados estejam dispostos a fazer os sacrifícios necessários para alcançá-la.
Tradução: Helena Carnieri