O presidente dos EUA, Barack Obama, disse ontem que o sistema imigratório americano "parece fundamentalmente falido e pressionou o Congresso a corrigir as falhas na legislação.
Em discurso de meia hora na American University, em Washington, Obama criticou os republicanos por atrasarem a aprovação de uma reforma imigratória que, entre outras coisas, abriria caminho para a regularização de estimados 11 milhões de residentes "indocumentados.
"Estou pronto para seguir em frente, a maioria dos democratas está pronta para seguir em frente, e acredito que a maioria dos americanos está esperando para ir em frente. O fato é que, sem apoio bipartidário, não podemos resolver esse problema, afirmou o democrata.
Ele atacou a lei aprovada em abril no Estado do Arizona, que tem o "potencial de violar os direitos de cidadãos americanos inocentes e de residentes legais, fazendo deles objeto de questionamento por causa de sua aparência ou de sua fala.
A polêmica legislação, que entrará em vigor no dia 29, exige que policiais, ao parar alguém por qualquer infração, questionem o status migratório se houver "suspeita razoável de que se trata de um residente ilegal. Em outros Estados, esse papel cabe somente a agentes federais de imigração.
A nova regra levou medo principalmente aos imigrantes latinos, que iniciaram uma debandada do Estado antes mesmo de a lei vigorar.
Espera-se que a Casa Branca entre com um processo contra o Arizona para derrubar a nova lei Obama, no entanto, não mencionou a ação em seu discurso de ontem, o primeiro totalmente dedicado ao tema da imigração desde que assumiu o cargo, em janeiro de 2009.
O democrata disse apenas que a lei cria precedente para que "diferentes regras para a imigração sejam empregadas em diferentes partes do país. Essa "colcha de retalhos, na visão dele, exige "um claro padrão nacional.
Viés eleitoral
Embora tenha dado poucos detalhes do que seria a reforma, Obama defendeu que se abra caminho para a regularização dos "indocumentados e pediu medidas para reforçar a segurança das "porosas fronteiras.
Em março, ele apoiara projeto dos senadores Charles Schumer e Lindsay Graham que continha alguns desses pontos.
O presidente rejeitou a ideia de deportações em massa de residentes ilegais, um processo "logisticamente impossível e muito caro, mas defendeu que eles sejam "responsabilizados.