O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, desembarcou na noite desta quarta-feira na Coreia do Sul para uma visita que deve se concentrar no programa nuclear bélico norte-coreano e em um acordo de livre comércio paralisado por um impasse entre Washington e Seul.

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Obama se reunirá na quinta-feira com o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak. A expectativa é de que os dois discutam meios de atrair a Coreia do Norte de volta às negociações multilaterais em torno de seu desarmamento nuclear. Pyongyang abandonou a mesa de negociações em abril.

Lee, bastante favorável aos Estados Unidos, assumiu a presidência da Coreia do Sul no começo de 2008. Desde então, as relações entre os dois países têm melhorado, embora o tratado de livre comércio assinado em 2007 continue parado no Congresso dos EUA. Obama disse que existem "detalhes" do tratado que precisam ser "trabalhados", mas acredita que o pacto comercial poderá ser aprovado e sancionado em 2010.

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A Coreia do Norte testou o governo Obama este ano ao promover uma série de testes de mísseis, um segundo teste nuclear e diversas ações hostis para com a Coreia do Sul, aliada de Washington.

Os EUA mantêm 37.000 soldados na Coreia do Sul, a maior parte deles na tensa região de fronteira com a Coreia do Norte. A expectativa é de que Obama dirija-se a esses soldados na quinta-feira, antes de retornar aos EUA.

As decisões tomadas pela Coreia do Sul de expandir sua missão humanitária no Afeganistão e de enviar soldados para proteger seus agentes também estarão na pauta do encontro entre Obama e Lee.

Mas Seul tem demonstrado impaciência com relação aos esforços americanos para renegociar partes de um acordo de livre comércio assinado há quase dois anos e meio, mas ainda à espera de ratificação para entrar em vigor.

"Nós esperamos que o presidente Obama manifeste uma posição mais agressiva sobre o tratado de livre comércio e demonstre que está trabalhando com este fim", disse uma porta-voz de Lee este mês.

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Ainda candidato à presidência, Obama criticou o acordo de livre comércio selado por seu antecessor, George W. Bush, em junho de 2007.

A partir de sua posse, em janeiro último, o governo Obama manifestou o desejo de alterar o tratado para que a Coreia do Sul abra-se mais para os exportadores americanos de carne e automóveis.

Seul opõe-se à renegociação daquele que seria o maior tratado de livre comércio selado pelos EUA deste o Nafta (Acordo Norte-Americano de Livre Comércio), de 1994.

Obama afirma estar comprometido com o acordo, mas ainda não há nenhum cronograma para a ratificação do documento por parte dos EUA.

Muralha da China

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Antes de encerrar sua primeira viagem oficial à China, Obama tirou um tempo para fazer uma visita particular à Grande Muralha e disse ter ampliado sua perspectiva ao ver a "espetacular" estrutura.

Apesar do frio, Obama caminhou pela seção Badaling da Grande Muralha, nas proximidades de Pequim, acompanhado de um aparato reforçado de segurança depois de um almoço de trabalho com o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao.

"É uma lembrança da história antiga do povo chinês", comentou Obama na Grande Muralha, construída para conter os invasores na antiguidade.

"Ela dá uma boa perspectiva com relação a uma série de coisas cotidianas", disse o presidente americano, antes de qualificar a estrutura como "espetacular".

Durante a maior parte do tempo da visita à Grande Muralha, Obama esteve acompanhado do embaixador americano em Pequim, Jon Huntsman, e do embaixador chinês em Washington, Zhou Wenzhong, além de outros funcionários.

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A Grande Muralha da China é uma chamariz para os turistas em visita ao país, mas o local foi fechado para a visita de Obama, como ocorreu ontem na Cidade Proibida.

As primeiras seções da Grande Muralha da China foram construídas há mais de 2.000 anos antes de serem reconstruídas e ampliadas durante a Dinastia Ming (1368-1644 d.C.).

Segundo um novo cálculo divulgado por arqueólogos chineses em abril deste ano, a Grande Muralha chegou a ter 8.850 quilômetros de extensão.

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