O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aumentou neste sábado (17) o tom de críticas aos republicanos por bloquearem o seguro-desemprego, incrementando, em ano de eleição, os ataques à oposição e dizendo que os republicanos formam o partido dos ricos.
"Muito frequentemente a liderança republicana no Senado dos Estados Unidos escolhe bloquear nossa recuperação e obstruir nosso progresso. E isso tem consequências bem reais," disse Obama em seu discurso semanal no rádio e na internet.
Senadores republicanos bloquearam pelo menos três iniciativas dos democratas de estender o seguro-desemprego, citando a necessidade de cortar gastos governamentais em meio a um déficit orçamentário recorde.
"Pense sobre o que essas táticas de bloqueio significam para os milhões de norte-americanos que perderam seus empregos desde o início da recessão. Nas últimas semanas, mais de dois milhões deles viram o seguro-desemprego deles expirar," afirmou o presidente.
Obama fez da criação de empregos sua maior prioridade interna e viajou repetidamente para locais estratégicos nos EUA para desenhar políticas que aumentem as contratações, incluindo Holland, no estado de Michigan, na quinta-feira, para a inauguração de uma fábrica de baterias elétricas para carros que recebeu dinheiro público.
O crescimento econômico dos EUA foi retomado após a pior recessão em décadas, graças em parte a um pacote de estímulo de 862 bilhões de dólares assinado por Obama no ano passado.
Mas a retomada tem demorado para criar novos empregos, e, por isso, os democratas podem ser punidos pelos eleitores na votação parlamentar de 2 de novembro, a não ser que Obama consiga frear o desemprego, que atualmente chega a 9,5 por cento da população.
O tempo está acabando. Uma recente pesquisa de opinião pública mostrou que confiança na administração de Obama sobre a economia caiu, e os democratas podem perder o controle da Câmara dos Deputados em novembro. Todos os 435 assentos estarão em disputa, assim como 36 das 100 vagas no Senado.
De forma frustrante para a Casa Branca, as propostas do governo de estender o seguro-desemprego, cortar impostos sobre ganhos de capital em investimentos e estabelecer um fundo para incentivar o crédito a pequenos empresários foram repetidamente bloqueadas no Capitólio.
Déficit orçamentário
Republicanos no Senado dizem que o país não pode mais arcar com gastos governamentais com dinheiro dos contribuintes, apoiados no pacote de estímulo de Obama, um argumento que bate com as críticas públicas sobre um déficit orçamentário recorde e um aumento das dívidas.
Mas a Casa Branca, que afirma que o déficit deve ser combatido a médio prazo assim que o mercado trabalhista estiver corretamente recuperado, diz que as obstruções no Congresso são políticas e que os republicanos estão do lado dos ricos.
"Eles dizem que não devíamos dar seguro-desemprego, porque isso gasta dinheiro," afirmou Obama. "Então, após anos defendendo políticas que transformaram um superávit recorde em um grande déficit, incluindo um corte de impostos para os norte-americanos mais ricos, eles finalmente decidiram tomar sua posição às custas dos desempregados."
A Casa Branca despreza as críticas republicanas sobre o déficit, que deve atingir 1,56 trilhão de dólares no atual ano fiscal.
O antecessor de Obama, o republicano George W. Bush, herdou um superávit do democrata Bill Clinton, mas entregou a Obama um déficit de 1,3 trilhão de dólares oito anos depois, que a atual administração credita aos cortes de impostos da era Bush e às guerras no Iraque e no Afeganistão, que foram financiadas com déficits.
"Eles não têm problemas em gastar dinheiro cortando impostos para quem está no topo, que não precisam desses cortes e não pediram por eles, mas eles são contra ajudar quem foi demitido durante esta recessão e que realmente precisam de ajuda," disse Obama.
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