O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, começou neste sábado em Mumbai, na Índia, uma viagem de dez dias pela Ásia lembrando as vítimas da série de atentados que assolou a maior cidade indiana há dois anos. "Nunca vamos esquecer", disse Obama em discurso no hotel Taj Mahal, um dos alvos dos atentados que, ao longo de 60 horas, deixaram 166 mortos.

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Obama disse que escolheu Mumbai como a primeira parada de sua viagem pela Ásia e se hospedou no Taj com a intenção de "mandar um sinal" de que EUA e Índia "permanecem unidos".

Obama falou depois de se encontrar com parentes das vítimas dos atentados, ocorridos em novembro de 2008. Ele e a primeira-dama, Michelle Obama, também visitaram um memorial erguido em homenagem às vítimas.

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Analistas indianos destacaram o fato de Obama não ter citado o Paquistão em seu discurso. Foi do país vizinho à Índia que vieram os responsáveis pelos ataques em Mumbai. O Paquistão é arqui-rival da Índia, mas um importante aliado de Washington na guerra do Afeganistão.

O governo indiano demonstra preocupação com os bilhões de dólares em ajuda militar que os EUA têm enviado ao Paquistão e se ressente também com comentários desfavoráveis de políticos americanos sobre a terceirização de empregos dos EUA para outros países, inclusive a Índia.

A expectativa era que Obama anunciasse também US$ 10 bilhões em acordos comerciais com a Índia, com o intuito de sustentar quase 54 mil empregos nos EUA. Os acordos incluem a compra de 33 aeronaves Boeing 737 pela empresa aérea indiana SpiceJet Airlines, um contrato para a General Electric fabricar motores para aviões de combate indianos e um projeto da Harley Davidson de fabricar motocicletas na Índia.

Além disso, Obama iria anunciar novas regras de exportação para facilitar o comércio entre os dois países, incluindo normas mais flexíveis para a compra pela Índia de tecnologias de "duplo uso" que podem servir para propósitos civis ou militares.

Na viagem mais longa ao exterior desde que assumiu a presidência Obama ficará três dias na Índia antes de seguir para a Indonésia, onde viveu por quatro anos na juventude, Coreia do Sul, onde participará da cúpula dos países do G-20, e Japão, onde ocorrerá o fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico.

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