O presidente dos EUA, Barack Obama, vai celebrar na terça-feira a suada aprovação da reforma da saúde, um fato que irá marcar seu governo e pode definir as chances dos democratas na eleição parlamentar de novembro.
Obama sancionará a reforma no setor da saúde, que movimenta 2,5 trilhões de dólares por ano nos EUA, e depois discursará numa cerimônia com parlamentares, culminando um ano de campanha pela reforma, período em que a popularidade dele caiu fortemente.
Assessores descreveram um clima de euforia na Casa Branca depois da apertada aprovação do projeto na Câmara, no domingo. Há algumas semanas, analistas consideravam que a reforma estava praticamente enterrada.
Mas Obama colocou sua reputação em jogo e usou toda a sua energia para promover a aprovação do projeto, chegando a cancelar por isso uma viagem a Indonésia e Austrália.
Tamanho empenho chegou a ser criticado por alguns democratas, preocupados de que a questão da saúde desviasse o foco das atenções de questões como economia e empregos. Com a aprovação, Obama poderá responder aos críticos que sugerem que ele tem pouco a mostrar após 14 meses como presidente.
Mas a vitória pode ter um custo. Os norte-americanos se mostraram céticos com a reforma, e os republicanos esperam aproveitar isso na eleição de novembro. A oposição diz também que seu ressentimento com o resultado na Câmara pode torná-la menos propensa a colaborar com os democratas em outros itens, como a legislação climática e a reforma da imigração.
A cerimônia pós-sanção e uma viagem que Obama deve fazer na quinta-feira a Iowa permitirão que ele celebre o resultado e tente convencer os norte-americanos sobre os benefícios da reforma.
A nova lei garante plano de saúde a 32 milhões de norte-americanos hoje desassistidos, amplia o programa federal de saúde para os pobres, impõe novos impostos para os ricos e proíbe as seguradoras de práticas como rejeitarem cobertura a clientes com doenças pré-existentes.
É a maior mudança no sistema desde a criação do Medicare (programa federal de saúde para idosos), em 1965. Reformar a saúde foi uma meta perseguida sem sucesso pelos antecessores de Obama durante quase um século - sendo a última vez com Bill Clinton, em 1994.Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca, disse que Obama deve falar repetidamente sobre a questão da saúde nos próximos meses. Mas a aprovação da reforma deve liberá-lo também para outras prioridades, como a reforma da regulamentação financeira.
Os republicanos dizem que a reforma da saúde, a um custo de 940 bilhões de dólares para o governo, é uma intrusão na economia, com consequências para o déficit público.
Nesta semana o Senado discute alterações propostas pela Câmara para melhorar a reforma.
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