O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad , criticou hoje o presidente norte-americano, Barack Obama, após o Conselho de Segurança (CS) aprovar, na quarta-feira, uma quarta rodada de sanções contra o país persa em razão de seu programa nuclear. "Eu penso que o presidente Obama cometeu um grande erro. Ele sabe que a resolução não terá efeito", afirmou. "Logo ele entenderá que não tomou a decisão correta e bloqueou o caminho para ter laços amigáveis com o povo iraniano."
Falando durante uma visita à Expo Xangai, Ahmadinejad disse que a resolução aprovada com o apoio chinês e russo é um "documento sem valor". O líder acusou as potências de tentar "monopolizar" a tecnologia nuclear e afirmou que os EUA estão tentando "engolir" o Oriente Médio.
Ahmadinejad preferiu visitar o pavilhão de seu país durante o "Dia do Irã" na Expo Xangai em vez de comparecer a um encontro de segurança regional no Usbequistão com a presença dos líderes de China e Rússia. Os presidentes Hu Jintao, da China, e Dmitry Medvedev, da Rússia, estavam em Tashkent hoje para o encontro da Organização para a Cooperação de Xangai. Essa entidade deve recusar hoje o pedido de Teerã para passar a integrá-la, indicou o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov.
A China, que tem um assento permanente no Conselho de Segurança, com poder de veto, vinha resistindo a novas sanções ao Irã, mas acabou apoiando a punição na quarta-feira. O governo iraniano chegou a criticar duramente Pequim pela mudança de posição. "O grande problema é a administração dos EUA. Nós não temos problema com os outros", disse hoje Ahmadinejad.
O Irã alega ter apenas fins pacíficos no seu programa nuclear, mas potências lideradas pelos EUA temem que o país busque secretamente armas nucleares. "Está claro que os Estados Unidos não são contra bombas nucleares, porque eles têm um regime sionista com bombas nucleares na região", afirmou Ahmadinejad, referindo-se a Israel. "Eles estão tentando salvar o regime sionista, mas ele não sobreviverá. Ele está condenado."
Ahmadinejad disse que repetiu diversas vezes que o Conselho de Segurança é "uma ferramenta nas mãos de Washington. Não é democrático, é uma ferramenta de ditadura". Segundo ele, os cinco países com poder de veto - EUA, China, Rússia, Grã-Bretanha e França -, todos potências nucleares, querem "monopolizar a energia nuclear para eles mesmos". As informações são da Dow Jones.
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