Em seu terceiro pronunciamento na semana, o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou que o ex-presidente do Federal Reserve (Fed, Banco central dos EUA) Paul Volcker irá chefiar o novo Conselho Consultivo para Recuperação Econômica, encarregado de ajudar o país a sair da recessão e de estabilizar os mercados financeiros "Ele é direto e contundente", disse Obama a respeito de Volcker. Obama também pediu paciência aos cidadãos americanos e afirmou que a "ajuda está a caminho" após comentar as medidas desta terça para destravar o crédito.
Em uma entrevista coletiva concedida em Chicago, Obama também confirmou que seu conselheiro econômico Austan Goolsbee servirá no novo painel, assim como no Conselho de Consultores Econômicos Outros membros deste conselho serão nomeados nas próximas semanas, disse o presidente eleito.
Volker, de 81 anos, está longe de ser um novato em crises econômicas e nas altas esferas de Washington. Ele dirigiu o Fed entre 1979 e 1987. Volker assumiu o comando do Fed quando a inflação e o desemprego estavam altos, no final da era Carter. Volker aumentou as taxas de juros, o que ajudou a reduzir a inflação, mas levou a economia à recessão no começo do governo Reagan. Mais tarde, no entanto, Volker foi elogiado por ter reativado a economia graças ao controle da inflação.
Este é o terceiro pronunciamento de Obama nesta semana, que tem procurado dar uma rápida resposta para assegurar aos combalidos mercados financeiros que sua administração enfrentará a recessão econômica com uma mistura de estímulos no curto prazo e disciplina fiscal no longo.
O comportamento de Obama - mais de dois meses antes de tomar posse - contrasta com a recente discrição do presidente George W Bush. Apesar de sua administração ter comprometido centenas de bilhões de dólares para estabilizar os mercados financeiros e recuperar o crédito ao consumidor, Bush não tem concedido muitas entrevistas coletivas desde julho.
Ele falou a repórteres na segunda-feira sobre a decisão do governo de resgatar o Citigroup, mas não respondeu a perguntas. Hoje, enquanto Obama concedia entrevista em Chicago, Bush participava da cerimônia de perdão ao peru, prato principal do Dia de Ação de Graças, uma tradição presidencial que começou com Harry Truman, em 1947.
Recuperação do crédito
Obama disse que o governo deve fazer "o que for necessário" para estabilizar o sistema financeiro, após ser questionado sobre o programa de US$ 800 bilhões anunciado ontem para recuperar o crédito ao consumo. "É importante para nós ter certeza de que o governo federal, seja o Fed, o Tesouro, ou quem quer que tenha essa autoridade, irá usar o seu poder de forma enérgica", disse.
"São um sinal positivo as últimas medidas do Tesouro para que tenhamos fluxo de crédito para o mercado imobiliário e para outras áreas do consumo, como empréstimos para estudantes ou compradores de carros", afirmou.
As declarações de Obama sobre a economia vieram horas depois de divulgados dados decepcionantes sobre as vendas de residências nos EUA e sobre o gasto dos consumidores. Ele pediu que os cidadãos "compreensivelmente nervosos" não percam a confiança, apesar do aperto em suas contas, da perda de empregos e da ausência de aumento nos salários.
"As pessoas devem entender que a ajuda está a caminho. Vamos superar esses tempos difíceis. Apenas temos que fazer algumas boas escolhas", disse Obama. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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