O presidente dos EUA, Barack Obama, entrou com facilidade no compasso de dois por quatro do tango na noite desta quarta-feira (24) em Buenos Aires.
Em jantar oferecido por seu par argentino, Mauricio Macri, foi chamado para dançar “Por una Cabeza”, de Carlos Gardel, pela bailarina que se apresentava, Mora Godoy. A mulher do mandatário, Michelle, também entrou na dança.
A participação de Obama no tango não estava no protocolo, mas, segundo Godoy, o dirigente não fez feio.
A bailarina afirmou à reportagem que Obama perguntou o que deveria fazer, ao que ela pediu para que ele a acompanhasse. “Comecei eu segui-lo, porque é um bailarino muito bom”, exagerou Godoy.
O jantar de gala teve o Centro Cultural Néstor Kirchner como cenário e recebeu cerca de 400 convidados. No cardápio, cordeiro e vinho Catena Zapata.
Protesto
Um grupo de cerca de 200 argentinos fez um protesto em Buenos Aires na tarde desta quarta contra a presença de Obama no país.
EUA se aproxima da Argentina
Leia a matéria completaOs manifestantes carregaram cartazes em que se lia “Fora Obama” e queimaram bandeiras dos Estados Unidos diante de um prédio onde se realizava uma reunião da Amcham (Câmara Americana de Comércio).
A visita de Obama foi questionada por partidos de esquerda e organizações de direitos humanos por coincidir com o aniversário do último golpe de Estado argentino.
Nesta quinta-feira (24), fará 40 anos que Isabelita Perón foi derrubada do poder e a ditadura, instalada.
As entidades de familiares de desaparecidos no período rechaçam a presença de Obama devido à ligação que o governo americano mantinha com os generais latino-americanos na década de 1970.
Para evitar incidentes, o presidente viajará na quinta para Bariloche, onde estará longe da marcha que marcará a data. Antes de seu voo, prestará uma homenagem às vítimas da ditadura no Parque da Memória.
O forte sentimento que existe entre os argentinos contra os Estados Unidos também decorre da culpa atribuída ao país e ao FMI pela crise de 2001. Hoje, 18% da população da Argentina tem uma imagem ruim dos EUA. Em 2008, essa parcela era de 32%.
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