Em uma turnê pela Europa, começando pela Polônia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu pela primeira vez nesta terça-feira (3) a troca de prisioneiros talibãs pelo soldado americano Bowe Bergdahl, que foi mantido refém no Afeganistão durante cinco anos. O presidente prometeu ainda vigiar os cinco militantes do grupo terrorista islâmico libertados da base da Baía de Guantánamo, em Cuba, e enviados para o Qatar na semana passada.
Obama rejeitou perguntas sobre por que o sargento merecia um esforço especial, após relatos de que ele havia desertado. E rebateu as acusações de que havia violado uma lei que exige avisar o Congresso com uma antecedência de 30 dias antes de liberar prisioneiros de Guantánamo, dizendo que não houve tempo suficiente e a urgência do momento tornou-a impraticável.
"Os Estados Unidos sempre tiveram uma regra muito sagrada que é não deixar os nossos homens e mulheres de uniforme para trás", afirmou o presidente em Varsóvia, durante a primeira parada de sua viagem de quatro dias. "Nós consultamos o Congresso há algum tempo sobre a possibilidade de que talvez fosse necessário fazer uma troca de prisioneiros a fim de recuperar Bergdahl. Nós vimos uma oportunidade. Estávamos preocupados com a saúde do sargento. O processo foi truncado porque queria ter a certeza de não perder essa janela".
Questionado sobre as circunstâncias da captura do sargento pelos talibãs, Obama disse que ele ainda não foi interrogado e que isso não muda a responsabilidade de tentar resgatá-lo.
"Independentemente das circunstâncias, qualquer que possam vir a ser, nós ainda recebemos um prisioneiro americano de volta", acrescentou. "Ponto final".
O presidente disse que os Estados Unidos "vão manter os olhos" nos talibãs libertados, admitindo o risco de que alguns deles possam cometer atos prejudiciais ao país.
"Existe a possibilidade de alguns deles tentarem voltar às atividades que são prejudiciais para nós? Absolutamente. Isso acontece para todos os prisioneiros que foram libertados de Guantánamo. Há certa reincidência. Eu não faria isso se eu achasse que seria contrário à segurança nacional americana".
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