Assolado por críticas, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, usará um discurso na quarta-feira (28) para defender enfaticamente sua abordagem de política externa, que ele diz se apoiar na diplomacia multilateral e não em intervenções militares.

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Obama deve fazer o discurso inaugural na academia militar de West Point, em Nova York, o primeiro de uma série que ele e assessores do primeiro escalão irão usar para explicar a política externa dos EUA na esteira dos conflitos no Iraque e no Afeganistão e delinear visão ampla para o resto de sua presidência.

Obama foi muito atacado nos últimos meses pelo que críticos dizem ser uma abordagem passiva na política externa, que permitiu ao presidente russo, Vladimir Putin, mostrar as garras na Ucrânia, a guerra civil na Síria se agravar e a China ameaçar seus vizinhos no sul do Mar da China.

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Pouco depois de uma viagem à Ásia no final de abril, durante a qual se defendeu com vigor, Obama orientou seus assessores a redigirem um discurso para explicar sua política externa e como ele planeja lidar com os lugares problemáticos do mundo nos dois anos e meio restantes de seu mandato.

"Vocês ouvirão o presidente discutir como os EUA usarão todas as ferramentas de nosso arsenal sem excessos", disse uma autoridade da Casa Branca neste sábado.

"Ele irá esclarecer por que a política certa é ao mesmo intervencionista e internacionalista, mas não isolacionista ou unilateral".

Obama, determinado a não repetir o que vê como erros de seu antecessor republicano, George W. Bush --o envolvimento norte-americano nas guerras no Iraque e no Afeganistão-- apoiou-se grandemente na atividade diplomática ao invés da força militar.

Na caso da Ucrânia, ele ordenou sanções contra alguns indivíduos do círculo íntimo de Putin e empresas ligadas ao Kremlin, mas deixou claro que não irá ameaçar com o uso de força militar por conta da anexação russa da Crimeia.

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O temor de alguns em Washington é que a maneira como Obama lida com a Rússia instigue a China a mostrar as garras no sul do Mar da China, onde as tensões já vêm crescendo por causa de ações como a instalação de uma plataforma de petróleo chinesa em águas reclamadas pelo Vietnã.

Na Síria, Obama recuou da ameaça de usar força militar em reação ao uso de armas químicas contra civis sírios por parte do governo. Enquanto acordo fechado com a Rússia está levando ao desarmamento do estoque químico sírio, a guerra continua, e o presidente Bashar al-Assad continua no poder.