O porta-voz do presidente dos EUA, Barack Obama, discordou publicamente nesta quarta-feira do ex-presidente Jimmy Carter por ter declarado que Obama é vítima de críticas racistas da oposição conservadora.
"O presidente não acha que isso se baseie na cor da sua pele", disse Robert Gibbs aos jornalistas.
Carter injetou um componente racial no debate sobre a reforma da saúde pública, depois de o deputado republicano Joe Wilson ter interrompido um discurso de Obama no Congresso, na semana passada, para chamá-lo de mentiroso, e de milhares de conservadores participarem de passeatas contra o presidente em Washington.
"Acho que uma esmagadora parcela da animosidade intensamente demonstrada contra o presidente Barack Obama se baseia no fato de que ele é um homem negro", disse Carter ao NBC News.
De acordo com ele, "a inclinação racista ainda existe" e "borbulha à superfície por causa da crença de muitos brancos, não só no Sul, mas em todo o país, de que os afro-americanos não estão qualificados para liderar este grande país." "É uma circunstância lamentável, que me entristece e preocupa muito profundamente."
A declaração de Carter foi criticada por Michael Steele, primeiro afro-americano a se tornar presidente do Comitê Nacional Republicano.
"O presidente Carter está redondamente enganado. Não se trata de raça. Trata-se de políticas", disse ele em nota. "Essa é uma distração patética dos democratas para desviar a atenção do plano amplamente impopular do presidente para a saúde administrada pelo Estado, ao qual o povo norte-americano simplesmente se opõe."
Obama, primeiro presidente negro da história dos EUA, tentou evitar a questão, semanas depois de ter ele próprio se envolvido em uma polêmica racial ao sair em defesa de um professor negro de Harvard que foi preso sob a suspeita de invadir a sua própria casa.
A primeira reação de Obama foi dizer que o policial agiu de forma estúpida no caso. Depois, ele pediu desculpas, moderou o tom das suas declarações e convidou o professor e o policial envolvidos para tomarem uma cerveja na Casa Branca.
Gibbs disse que a reação entre os adversários de Obama provavelmente se deve mais a decisões que ele tomou para ajudar na recuperação econômica dos EUA, com pacotes de estímulo aos setores bancário e automobilístico.
"Entendemos que as pessoas tenham discordâncias quanto a algumas das decisões que tomamos", disse ele.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas