O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ao primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, neste sábado, que as duras críticas do norte-americano à companhia britânica BP "não tinham nada a ver com identidade nacional", informou o escritório do governo de Cameron.
Em uma conversa por telefone, Obama ressaltou que ele "não tinha interesse" em reduzir o valor de mercado da gigante britânica do setor de petróleo e deixou claro que via a BP como uma companhia global. O diálogo ocorre no momento em que há um temor pela escalada retórica entre o governo dos EUA e a BP, por causa do vazamento de um poço de petróleo da companhia no Golfo do México. Uma porta-voz do governo britânico informou que o telefonema de Obama e Cameron durou mais de 30 minutos.
"O presidente e o primeiro-ministro concordaram que a BP deve continuar - como ela se comprometeu - a trabalhar intensivamente para garantir que todos os passos sensíveis e razoáveis sejam tomados o mais rápido possível para lidar com as consequências desta catástrofe", afirmou a porta-voz. "O presidente Obama disse ao primeiro-ministro que sua visão inequívoca é que a BP era uma companhia multinacional global e que as frustrações com o vazamento de óleo não tinham nada a ver com identidade nacional."
Segundo a porta-voz, Cameron ressaltou a importância da BP para a economia do Reino Unido, dos EUA e de outras nações. O presidente deixou claro que não tinha interesse em minar o valor da BP, completou a funcionária. "O presidente e o primeiro-ministro reafirmaram a confiança deles na força única da relação entre EUA e Reino Unido."
A imprensa britânica criticou Obama pelos termos utilizados por ele para criticar a BP. Veículos de comunicação pediram que Cameron tratasse disso no telefonema. Obama chegou a dizer que estava tentando saber "que traseiro chutar" por causa do pior desastre ambiental da história dos EUA.
Os jornais britânicos sugeriram que, como Obama perdeu popularidade, também por causa do desastre ambiental, o presidente norte-americano estaria em busca de um "alvo fácil", de olho nas eleições parlamentares de meio de mandato nos EUA, em novembro. As informações são da Dow Jones.