O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta quinta-feira (21) que suspeitos de terrorismo mantidos em Guantánamo serão enviados a prisões dos EUA, apesar da forte oposição de alguns parlamentares.
Num extraordinário contraponto ao discurso de Obama, o ex-vice-presidente Dick Cheney disse que a reversão das políticas adotadas no governo de George W. Bush, inclusive o fechamento da prisão de Guantánamo, demonstra "negligência disfarçada de retidão, e deixa o povo norte-americano menos seguro".
Obama defendeu sua posição depois de o Senado, controlado pelo seu Partido Democrata, ter bloqueado verbas destinadas ao fechamento da prisão, até que ele apresente um plano detalhado sobre que destino dará aos 240 suspeitos de terrorismo presos ali.
"Esta é a questão mais dura que enfrentaremos", declarou Obama em um pronunciamento de 50 minutos nos Arquivos Nacionais, onde afirmou ter herdado uma "confusão" do governo Bush, que afetou a postura moral dos EUA no mundo.
Com esse discurso incisivo, Obama busca recuperar o controle sobre um debate que tomou conta de Washington e ameaça ofuscar suas prioridades econômicas.
Obama prometeu no primeiro dia no cargo, em janeiro, que fecharia a prisão de Guantánamo, criada para abrigar suspeitos capturados pelos EUA depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. Suspeitas de abusos e a falta de garantias jurídicas a presos no local abalaram a imagem dos Estados Unidos no mundo.
Parte da opinião pública teme que alguns suspeitos de terrorismo sejam soltos em território norte-americano, mas Obama insistiu que não permitirá a libertação de ninguém que "ameace o povo norte-americano".
De acordo com o presidente, alguns suspeitos serão mantidos em prisões de segurança máxima e julgados em tribunais dos EUA. Outros poderão ser julgados por comissões militares ou transferidos para outros países.
O discurso, porém, continha poucos detalhes concretos e pode não satisfazer as exigências da bancada democrata para liberar as verbas relativas à desativação da prisão de Guantánamo.
Obama salientou repetidamente que sua política de segurança nacional se baseia no estado de direito e representa um rompimento com as políticas de Bush. "Mantemos nossos estimados valores não só porque é certo, mas porque isso fortalece o país e nos mantém seguros", afirmou.
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