O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse no final da tarde desta quinta-feira (28) que Israel precisa parar a expansão dos seus assentamentos na Cisjordânia como parte de um amplo acordo para a paz no Oriente Médio.
Obama afirmou que os palestinos, por sua vez, também precisam fazer sua parte, ao garantir a segurança na Cisjordânia e reduzir o sentimento anti-israelense nas escolas e mesquitas.
Obama falou no Salão Oval da Casa Branca, ao lado do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, após os dois líderes terem uma reunião privada e depois de outro encontro de ambos com delegações dos dois países.Os dois líderes se encontraram um dia após Israel rejeitar os pedidos dos EUA para congelar a construção de novos assentamentos judaicos na Cisjordânia.
Obama disse que não estabelecerá um prazo "artificial" para a criação de um Estado da Palestina e afirmou que mais tempo não pode ser desperdiçado.
Israel diz que não para
O governo israelense informou mais cedo nesta quinta-feira, antes do encontro entre Obama e Abbas, que continuará erguendo casas em assentamentos na Cisjordânia. Na quarta-feira, os Estados Unidos fizeram a primeira exigência direta pelo fim dessas construções, que hoje foi repetida por Obama.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse nesta quarta-feira querer que as construções nos assentamentos sejam interrompidas, inclusive seu "crescimento natural". Israel insiste que necessita seguir erguendo residências, para abarcar o aumento das famílias que já vivem nesses locais.
O porta-voz do governo israelense, Mark Regev, respondeu que "é preciso permitir que a vida normal nessas comunidades continue". Regev confirmou que isso significa que algumas obras continuarão, nos assentamentos já existentes.
O novo governo norte-americano tem sido mais explícito em suas críticas contra a política de assentamentos de Israel do que o de George W. Bush. Apesar disso, Regev indicou que o destino dos assentamentos já existentes deve ser decidido apenas em negociações de paz entre israelenses e palestinos.
Os EUA e boa parte do mundo consideram os assentamentos um obstáculo para a paz, pois foram construídos em territórios que os palestinos querem como parte de um futuro Estado palestino. Mais de 280 mil colonos judeus vivem entre mais de 2 milhões de palestinos na Cisjordânia.
Regev afirmou que Israel havia se comprometido a não construir novos assentamentos e a derrubar os não autorizados na Cisjordânia.
Hamas
O grupo militante palestino Hamas afirmou, nesta quinta-feira, que um de seus altos comandantes foi morto por forças israelenses, em Hebron, na Cisjordânia.
Os militares de Israel relataram que o homem foi cercado e recebeu ordem para se render, porém reagiu atirando. Então um soldado revidou atirando e o matou, segundo a versão israelense.
Israel afirma que Abed Majid Daodin, de 45 anos, recrutou e determinou missões para homens-bomba. Entre os ataques que teriam envolvimento dele estão duas explosões de ônibus, em 1995, que mataram um total de dez israelenses e feriram mais de 100. Daodin foi preso pela Autoridade Palestina após os ataques, porém foi solto após o início da violência entre palestinos e israelenses, em 2000, na chamada Segunda Intifada.
As informações são da Associated Press.