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Eleições nos EUA

Obama diz que já decidiu quem será o vice na chapa democrata

Preparado para ser presidente e fortalecedor da economia americana são as características do vice escolhido por Obama | Jim Young / Reuters
Preparado para ser presidente e fortalecedor da economia americana são as características do vice escolhido por Obama (Foto: Jim Young / Reuters)

Com a expectativa de que Barack Obama anuncie seu companheiro de chapa até sábado, a especulação de que o candidato à vice do Partido Democrata seja Joe Biden - o maior especialista democrata em política externa no Senado - é também simbólica. O fato de Biden estar cotado é um sinal do temor de que a inexperiência de Obama em temas internacionais, em comparação ao republicano John McCain, custe muito aos democratas em pesquisas. Obama disse nesta quinta-feira (21) ao site do jornal USA Today que já decidiu quem será o candidato a vice-presidente na chapa democrata, embora não tenha anunciado quem é. Obama disse que é alguém independente, preparado para ser presidente e que poderá ajudá-lo a fortalecer a economia. Ele planeja aparecer com o candidato a vice em um evento na tarde deste sábado (23), em Illinois.

Obama, relativamente novo na cena política, fez história ao tornar-se o primeiro candidato negro à presidência por um grande partido norte-americano. Mas está sofrendo com as críticas de McCain - veterano senador do Arizona, ex-piloto de combate e ex-prisioneiro de guerra no Vietnã - por sua suposta inexperiência em temas de segurança nacional. Outro ponto do democrata criticado pelo rival é o que prevê a retirada das tropas norte-americanas do Iraque 16 meses depois de assumir.

Mas o senador por Illinois pode ter encontrado um auxílio inesperado. A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, e seu colega iraquiano, reunidos em Bagdá, anunciaram na quinta-feira que os dois países concordam que datas devem ser estabelecidas para a retirada das tropas norte-americanas.

Com o início da Convenção Nacional Democrata marcado para a segunda-feira, Obama permanece em silêncio sobre seu companheiro de chapa. Ele planeja aparecer com o candidato à vice no sábado, após a escolha ser anunciada por mensagem de texto aos apoiadores da campanha.

Acredita-se também que Obama considere para o posto os governadores Kathleen Sebelius, do Kansas, e Tim Kaine, da Virgínia, além do senador Evan Bayh, de Indiana.

A escolha por Biden, membro do Comitê de Relações Exteriores do Senado há 33 anos, poderia potencialmente neutralizar parte das críticas de McCain à suposta falta de experiência de Obama. Biden também é adepto de fazer o que Obama aparentemente reluta: atacar o rival republicano.

Escolher Biden, de 65 anos, porém, também poderia gerar críticas Durante sua dura batalha pela indicação do partido, o agora candidato utilizou uma plataforma de mudança - oferecendo um alívio para os eleitores cansados dos tradicionais nomes de Washington. Biden, eleito em 1972 como o representante de Delaware, não é exatamente um outsider político.

Pode ser uma aposta, mas Obama está sentindo a pressão, conforme a eleição de 4 de novembro se aproxima. Pesquisas registram a ascensão de McCain após as críticas ao democrata.

Cronograma

Em uma entrevista coletiva, Condoleezza e o ministro de Relações Exteriores do Iraque, Hoshyar Zebari, disseram que um documento amplo detalhando a natureza de qualquer presença de tropas norte-americanas no país estaria quase pronto.

McCain discorda de qualquer cronograma, acusando inclusive Obama de utilizar essa proposta para vencer a eleição, ao custo da derrota na guerra.

Enquanto isso, os republicanos vibram com as últimas pesquisas e enxergam uma chance de vitória, mesmo com a enorme desaprovação do presidente republicano George W. Bush. Uma pesquisa CBS/New York Times divulgada na quarta-feira mostrou McCain com 45% e Obama com 42%. Pela margem de erro de 3 pontos percentuais, os dois estão em empate técnico. Duas semanas atrás, o democrata registrava vantagem de 6 pontos.

Uma pesquisa do Pew Research Center apontou que McCain consolidou sua base de apoio, particularmente entre homens, brancos, republicanos e evangélicos. Obama cresceu pouco, apesar de manter vantagem expressiva entre negros e jovens, além de liderar entre as mulheres.

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