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Violência

Obama diz que massacre no Afeganistão é "trágico e chocante"

Ataque foi realizado em uma incursão armada perto de uma base militar na província de Kandahar | REUTERS/ Ahmad Nadeem
Ataque foi realizado em uma incursão armada perto de uma base militar na província de Kandahar (Foto: REUTERS/ Ahmad Nadeem)

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse neste domingo (11) estar "profundamente triste" pelo massacre de 16 civis no Afeganistão, mortos supostamente por um soldado americano, e expressou ao presidente afegão Hamid Karzai sua "consternação" pelo ocorrido.

"Ofereço minhas condolências às famílias e entes queridos daqueles que perderam a vida e ao povo do Afeganistão, que suportou muita violência e sofrimento", disse Obama em uma declaração por escrito, na qual classificou o incidente de "trágico e chocante".

Obama telefonou ao presidente afegão, Hamid Karzai, para "expressar sua consternação e tristeza" pelo massacre, disse a Casa Branca.

Durante a ligação, Obama "estendeu suas condolências ao povo do Afeganistão, e deixou claro o compromisso de seu governo de estabelecer os fatos o mais rapidamente possível para responsabilizar" os culpados.

Karzai havia condenado mais cedo o incidente, classificado por ele de "imperdoável".

"Quando há afegãos que morrem deliberadamente pelas mãos das forças americanas, trata-se de um ato de assassinato, terrorista e imperdoável", expressou Karzai em uma declaração.

O secretário da Defesa, Leon Panetta, já havia telefonado para Karzai para garantir que há uma "investigação completa em andamento" sobre o massacre.

"Um suspeito está em custódia, e dei ao presidente Karzai a garantia de que levaremos os responsáveis perante a justiça", explicou Panetta em um comunicado, no qual disse estar "comovido e triste pelo fato de que um membro do serviço americano... claramente agindo fora da rede de comando" esteja vinculado ao ataque.

"Este incidente é trágico e chocante, e não representa o caráter excepcional de nossos militares nem o respeito dos Estados Unidos em relação ao povo do Afeganistão", disse Obama.

Dezesseis civis afegãos, entre eles crianças e idosos, morreram supostamente pelas mãos de um soldado americano que teria saído na madrugada deste domingo de sua base na província de Kandahar, bastião talibã do sul do Afeganistão, para realizar o massacre.

Obama fixou 2014 como prazo para a retirada da força de 130 mil homens da Otan liderada pelos Estados Unidos no Afeganistão, enquanto Washington treina as forças de segurança afegãs para assumir a liderança e busca negociar com os talibãs.

O incidente ocorre num momento em que as relações entre Washington e Cabul estão em seu pior nível, depois da queima de livros do Alcorão por soldados dos Estados Unidos que provocaram violentos protestos, e provoca novas dores de cabeça à missão militar de mais de uma década.

O ataque

Um soldado americano matou neste domingo 16 civis e feriu cincodurante uma incursão armada realizada de madrugada perto de uma base militar na província de Kandahar, no sul do Afeganistão, em um fato que está sendo investigado pela Otan.

Um membro do conselho administrativo local, Agha Lalay, informou à Agência Efe que entre as vítimas há mulheres e crianças, e que o militar americano abriu fogo contra as pessoas após deixar sua base, localizada no distrito de Panjwai, por razões desconhecidas.

A Força Internacional de Assistência para Segurança (Isaf, missão militar da Otan no Afeganistão) divulgou no começo da manhã um comunicado no qual lamentou "um incidente que causou vítimas afegãs" e expressou suas condolência às famílias dos envolvidos.

A nota informou que o autor do "incidente" havia sido detido, mas não revelou o número de vítimas causadas por sua ação. O texto também não indicou o motivo que o teria levado a cometer o massacre, sobre o qual a Isaf anunciou que abrirá uma "investigação".

Segundo fontes militares disseram posteriormente, o soldado foi vítima de uma crise nervosa.

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