Num dia de tensão renovada com o Irã, que acusou os Estados Unidos de violarem seu território com um avião espião e apresentou supostas provas, o presidente Barack Obama disse ontem que todas as opções são consideradas em relação a Teerã. Segundo ele, Washington está disposto a trabalhar com seus aliados, incluindo Israel, para evitar que os iranianos adquiram armas nucleares.
"Não há opções fora da mesa, o que significa que eu estou considerando todas as opções", disse Obama em entrevista coletiva.
O presidente norte-americano não fez menção direta ao caso, mas suas declarações chegam pouco depois de a tevê iraniana divulgar imagens do que seria um avião não tripulado dos EUA abatido no domingo no Irã.
O governo iraniano anunciou a convocação do embaixador da Suíça em Teerã que representa os interesses norte-americanos no país para protestar contra o que considerou uma violação de seu território.
Segundo a imprensa local, o embaixador suíço foi cobrado a dar explicações imediatas, e o governo iraniano exigiu compensações dos EUA.
Espionagem
O vídeo exibido pela tevê mostra militares iranianos inspecionando o que seria o aparelho modelo RQ-170 Sentinel, que parecia estar pouco danificado. Autoridades dos EUA admitiram apenas ter perdido o contato com um avião não tripulado, mas disseram não ter indicações de que o aparelho fora abatido. No Irã, o caso foi tratado como espionagem.
Fontes do Pentágono demonstraram preocupação com a possibilidade de o governo iraniano adquirir informações sobre sua tecnologia. Militares iranianos disseram ter recolhido o que restou do RQ-170 Sentinel, fabricado pela Lockheed Martin e parte do arsenal da Força Aérea dos Estados Unidos.
Em junho, o governo iraniano anunciou ter derrubado outro avião não tripulado que voava junto à central nuclear de Fordu, na província de Qom.
Apenas em 2010, a Força Aérea americana admitiu que usava os modelos RQ-170 em missões.