O presidente Barack Obama voltou neste sábado (18) a criticar a falta de controle de armas afirmando que o fácil acesso a elas em seu país é algo inadmissível, uma semana depois do pior tiroteio registrado na história dos Estados Unidos. “Depois que vimos pais chorando a morte de seus filhos, não tem sentido que um país não faça nada para impedir a próxima tragédia”, afirmou Obama em sua mensagem semanal de rádio e internet, na véspera do Dia dos Pais em seu país.
Quarenta e nove pessoas, mais o atirador, morreram e 53 ficaram feridas na madrugada de domingo passado na boate gay Pulse, em Orlando, quando um homem invadiu o local usando armas de guerra compradas legalmente. “Ser duro com o terrorismo, particularmente com esse tipo de terrorismo interno que vimos agora em Orlando e San Bernardino, significa tornar mais difícil, o mais rápido possível, que as pessoas que querem matar americanos tenham em suas mãos armas de assalto capazes de matar dezenas de inocentes”, assinalou Obama.
Em um incidente similar, um homem e sua esposa abriram fogo em uma festa de Natal em San Bernardino, Califórnia, matando 14 pessoas. “Como todo pai, fico preocupado com a segurança de minhas filhas o tempo todo. Especialmente quando vemos violência que pode ser evitada em lugares onde nossos filhos e filhas vão todos os dias: suas escolas, templos, cinemas, clubes noturnos, à medida que crescem”, disse ainda.“É inadmissível que autorizemos um fácil acesso a armas de guerra nesses locais”, concluiu.
No Congresso
A comoção causada pelo massacre de 49 pessoas na boate Pulse, em Orlando, tem motivado políticos nos dois principais partidos americanos a um raro ponto de ação comum, visando ao fortalecimento do controle sobre a venda de armas de fogo no país. Na próxima segunda-feira (20), os senadores votarão quatro medidas para a ampliação das verificações de antecedentes nas compras de armas de fogo e limitação à venda de armamentos para pessoas em listas de observação por possíveis ligações com o terrorismo ou de proibição de voo. Duas delas foram apresentadas por democratas, e outras duas, por republicanos.
Na sexta-feira (17), o vice-presidente Joe Biden pediu ao senadores que “tenham a coragem de aprovar medidas restritivas de uma vez por todas”. “Vocês sabem, em seus corações, que essa é a coisa certa a fazer”, apelou Biden num e-mail endereçado ao membros do Senado. “Vocês sabem que, tomando uma atitude, suas ações têm o potencial de criar um efeito dominó. Tenham a coragem para fazer essas mudanças”.
Mas não há unanimidade. Embora senadores republicanos como Pat Toomey e Ben Sasse tenham se juntado aos democratas para levar a votação adiante, outros nomes do partido alegam que o governo e seus aliados estão explorando um ataque terrorista realizado por um muçulmano que jurou lealdade ao Estado Islâmico para restringir a posse de armas de cidadãos que cumprem as leis do país.
Relatos colhidos pelo “Wall Street Journal” indicam que Omar Mateen, responsável pelo massacre em Orlando, apresentava tendências violentas desde a escola. Registros mostram dezenas de punições e suspensões por mau comportamento, além de dificuldades de concentração e notas baixas. Antigos colegas recordam que o atirador, filho de imigrantes afegãos, comemorou os ataques de 11 de setembro de 2001 e chegou a dizer que o então líder da al-Qaeda, Osama bin Laden, era seu tio. “Brincávamos, dizendo que ele se tornaria um terrorista”, afirmou Robert Zirkle, que estudou com Mateen na época.
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