O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, negou na sexta-feira (9) que tenha relações ruins com Vladimir Putin, depois do cancelamento de uma reunião de cúpula entre ambos, mas disse que o seu colega russo às vezes "parece um menino entediado no fundo da sala de aula.

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As relações entre EUA e Rússia atravessam um dos seus piores momentos desde o fim da Guerra Fria, por causa da decisão russa desta semana de conceder asilo temporário ao norte-americano Edward Snowden, que revelou ao mundo os programas secretos de espionagem do seu país. Obama retaliou a Rússia cancelando abruptamente uma reunião que teria com Putin no próximo mês.

Em entrevista coletiva na Casa Branca, Obama insistiu que não tem uma má relação pessoal com Putin. Os dois tiveram uma reunião desagradável em junho na Irlanda do Norte, e nas fotos do evento aparentavam estar desconfortáveis.

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"Sei que a imprensa gosta de focar na linguagem corporal, e ele tem aquele jeito de descaso, parecendo um menino entediado no fundo da sala de aula. Mas a verdade é que quando conversamos, muitas vezes é muito produtivo", afirmou Obama.

Nesta semana, Putin enviou um telegrama a George W. Bush, antecessor e adversário político de Obama, desejando-lhe pronta recuperação após um procedimento cardíaco. Alguns observadores do Kremlin viram nessa mensagem uma cutucada em Obama.

A Casa Branca diz que Obama desistiu da cúpula em Moscou não só por causa da concessão de asilo a Snowden, mas também devido a outras divergências entre os dois governos, o que inclui preocupações de Washington com os direitos humanos na Rússia e o apoio de Moscou ao governo da Síria.

Obama disse que os EUA farão uma pausa, reavaliarão aonde a Rússia está indo e calibrarão as relações levando em conta as áreas em que podem concordar e reconhecendo as diferenças.

"Francamente, em uma ampla gama de questões onde achamos que podemos fazer algum progresso a Rússia não se moveu", disse Obama. "Acho que sempre houve alguma tensão nas relações EUA-Rússia depois da queda da União Soviética."

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Mas Obama já resolveu pelo menos uma das questões em debate nos EUA. Ele afirmou que os atletas norte-americanos irão competir na Olimpíada de Inverno de 2014 em Sochi, na Rússia, apesar da uma nova lei russa que pune a apologia à homossexualidade.

"Não acho que seja apropriado boicotar a Olimpíada",disse Obama.

Segundo ele, a melhor resposta à polêmica lei russa será um bom desempenho de atletas homossexuais.

"Uma das coisas que realmente espero é que talvez alguns atletas gays e lésbicas tragam para casa ouro, prata ou bronze, o que eu acho que adiantaria muito na rejeição do tipo de atitude que estamos vendo por lá", disse o presidente. "E, se a Rússia não tiver atletas gays e lésbicas, isso provavelmente tornará sua equipe mais fraca."

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